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Governo Temer, o aborto e a Igreja

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Em entrevista publicada hoje (17/05) no Estadão, o novo ministro da saúde, Ricardo Barros, nomeado pelo presidente interino Michel Temer, afirmou que deseja o apoio das igrejas na discussão sobre o aborto. Na entrevista, o ministro defendeu que o Brasil enfrenta um problema relacionado ao tema, com grande número de procedimentos realizados de forma inadequada e muitas mortes. Para justificar sua defesa, ele informou que são feitos 1,5 milhão de abortos por ano no País, que resultam em 11 mil vão a óbito de mulheres.

O ministro sinalizou que buscará apoio das igrejas para discutir o projeto. “Vamos ter de conversar com a igreja. A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão. Temos de ajustar. Antes de propor uma política para isso, vamos ter de realizar um diálogo muito amplo”. Ele comparou o problema do aborto como o crack.

A disposição do Governo Temer em tratar do tema destoa de seus depoimentos quando ainda disputava as eleições ao lado da petista Dilma Rousseff. Em 2010, em meio à polêmica de que a então candidata era a favor do aborto, Temer criticou a tentativa da Igreja em interferir no Estado. “Acho muito grave que se coloque essa questão de fé com o Estado. Que vença o melhor para o país, até porque a Dilma não vai ser presidente dos católicos ou dos evangélicos, mas do país. A nossa constituição já determina que o Estado é laico e não pode confundir uma coisa com outra”, afirmou Temer na época.

De acordo com notícias do portal G1, na época, Temer afirmara ser contra o aborto e era contrário ao apoio a mudanças na legislação para descriminalizar a prática.

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