A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um grave problema de saúde pública. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), no Brasil, cerca de 33% da população adulta e mais de 60% da população idosa é portadora da doença e ainda estima-se que 4% das crianças e adolescentes também apresentem o problema. O cardiologista Edmar Freire, coordenador do Centro de Hemodinâmica do Hospital Jayme da Fonte, explica que a hipertensão é uma das doenças cardiovasculares mais comuns e um fator de risco para outras doenças do coração.
A hipertensão arterial ou pressão alta é caracterizada quando a pressão arterial apresenta níveis elevados, associados a alterações no metabolismo, nos hormônios e nas musculaturas cardíaca e vascular. Por isso, o diagnóstico não pode ser feito em apenas um momento. “São necessárias algumas visitas ao médico e inúmeras aferições cuidadosas para que o diagnóstico seja preciso”, afirma o cardiologista.
Geralmente a causa da hipertensão é desconhecida, podendo ser hereditária. Nestes casos, ela é denominada hipertensão arterial primária. “Pessoas que têm histórico da doença na família, devem ficar mais atentas”, alerta Dr. Edmar. A hipertensão arterial secundária é assim denominada quando é possível determinar a causa da doença, que neste caso pode até ser curada, quando é eliminado o fator causador da elevação da pressão. Alguns fatores mais comuns são:
– problemas renais;
– problemas hormonais;
– problemas relacionados ao uso de medicamentos como, corticosteróides, anticoncepcionais ou anti-inflamatórios;
– problemas relacionados à gestação;
– etilismo
Quando identificada a HAS, o tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos ou sem eles. Manter hábitos saudáveis é de fundamental importância para o tratamento e também pode prevenir a doença. Alimentação balanceada, rica em frutas, verduras e vegetais, sem uso exagerado de sal; atividades físicas, controle do peso; evitar bebidas alcoólicas e cigarro; ajudam na redução da pressão arterial. O médico ainda dá uma dica importante: “elimine da sua mesa o saleiro, isso faz com que você não caia na tentação de temperar um pouco mais o que já está pronto”. Quando essas atitudes não são suficientes, é necessário o uso de medicamentos para o controle da pressão arterial.
O cardiologista explica que a hipertensão arterial sistêmica é uma doença que, quando não tratada e controlada adequadamente, pode atingir outros órgãos e sistemas. “O problema é que, por se tratar de uma doença que muitas vezes é assintomática, o paciente não sabe que é portador da HAS e, consequentemente, não dá início ao tratamento. Por este motivo, no Brasil, o índice de controle da doença é muito baixo comparado com o resto do mundo”, diz Dr. Edmar. “É preciso ficar atento por que a doença vem se tornando cada vez mais precoce”, finaliza o cardiologista.