Home Office veio para ficar no mercado de trabalho? - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Home Office veio para ficar no mercado de trabalho?

Rafael Dantas

Aumento de produtividade e engajamento, melhora na qualidade das interações de trabalho, treinamentos e comunicação eficazes são alguns destaques positivos da experiência dos profissionais que experimentaram pela primeira vez o trabalho a distância ou home office. A possibilidade de estar mais perto da família, a economia de horas no trânsito e a segurança são outros fatores que agregaram valor ao novo hábito de trabalhar. Porém, de Norte a Sul do Brasil, empresas vêm retomando suas rotinas de trabalho presenciais – se o home office veio para ficar, a resposta será conhecida ainda nos próximos meses.

Para a professora do curso de Gestão de Pessoas da Estácio Recife, Georgina Serafim, trabalhar em casa, apesar de ser uma realidade hoje, ainda tem um grande caminho a ser percorrido até que se consolide como algo natural para as empresas. Georgina lista alguns dos desafios que o home office enfrentará nos próximos meses até que a pauta se acomode em um patamar em que haverá atividades passíveis de serem desenvolvidas remotamente e aquelas que realmente necessitam do indivíduo presencialmente.

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Segundo Georgina, questões acerca da legislação trabalhista, como o banco de horas, é um dos fatores que pode trazer insegurança jurídica ao empresário e ao próprio colaborador. A cultura empresarial é outro ponto que precisa passar por adaptação, segundo ela.

Para a especialista, outro desafio do home office vem do próprio colaborador. “É necessário um grau alto de comprometimento – ou seja, entregar aquilo que foi pedido e um pouco a mais por livre espontânea vontade e claro: comprometimento com as tarefas lhe confiadas”, diz. Para ela, o tripé legislação, cultura organizacional e maturidade do profissional é que vai dar o tom da evolução do trabalho a distância no pós-pandemia.

Empresas brasileiras de diferentes segmentos preparam a retomada. A Operadora TIM, por exemplo, que tem 7,5 mil colaboradores no país em trabalho remoto, vem se preparando para essa nova realidade, com previsão de retorno das atividades presenciais de forma voluntária e gradativa.

Entre as muitas medidas tomadas, a empresa quis saber a fundo o que seu público interno achava sobre essa nova forma de trabalhar e ouviu 5 mil colaboradores em todo o país. O levantamento mostra que 98% dos funcionários querem atuar de casa pelo menos uma vez por semana, mesmo em um cenário de normalidade; 90% adotariam a modalidade duas vezes por semana ou mais.

“Já tínhamos dentro da TIM uma rotina flexível e digital e isso nos permitiu implementar rapidamente o home office em todo o Brasil desde o início da pandemia - com grande engajamento e espírito de coletividade, mesmo em um cenário desconhecido para todos. Neste momento, nosso trabalho é seguir dando o suporte necessário para que os colaboradores que optaram em permanecer trabalhando de casa possam conciliar as atividades remotas com a rotina das famílias no isolamento social”, afirma Renata Pimentel, gerente de RH da TIM no Nordeste e Centro-Norte.

A TIM também avaliou como está a entrega dos resultados. O estudo revela uma melhora significativa na execução das atividades, fluxo de trabalho e planejamento das tarefas. Mesmo com o distanciamento social, as interações com a equipe direta são consideradas boas ou ótimas por 78%, assim como a disponibilidade da liderança imediata (90%). Qualidade de vida é destaque, com o fim das horas perdidas em engarrafamentos, economia, mais segurança, proximidade com a família e possibilidade de inserir outras atividades na rotina.

“A visão dos gestores também é muito positiva neste sentido. A maioria deles (96% dos gerentes e diretores) afirmam que o engajamento de suas equipes se manteve, melhorou ou melhorou muito. E esses indicadores elevados também se refletem nas entregas: 72% dos colaboradores se sentem tão ou mais produtivos quanto antes”, avalia Renata.

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