Instituto Dimitri Andrade leva jovens com autismo para atuar como vendedores em estande com peças exclusivas de cerâmica e foco no emprego apoiado. Foto: Sandrine Neves
A 25ª edição da Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, contará novamente com a participação do Instituto Dimitri Andrade, que promove inclusão por meio do emprego apoiado e do artesanato. De 9 a 20 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, adolescentes e jovens com autismo atendidos pela instituição irão atuar como vendedores no estande da Rede Solidária nº 585, próximo à praça de alimentação. A ação oferece experiência profissional real, reforçando a autonomia dos participantes e sua inserção no mercado de trabalho.
Comercializando peças de cerâmica desenvolvidas pelo ceramista Cláudio Neves, pai de uma criança autista, o estande trará itens afetivos e simbólicos ligados ao universo da inclusão. As obras foram criadas especialmente para o evento e fazem parte da coleção Ecos da Inclusão, composta por vasos, manteigueiras, luminárias, travessas, esculturas, pratos, molheiras e boleiras — todos em edição limitada. Destaque também para a xícara azul com alça em formato de quebra-cabeça, peça-símbolo da instituição lançada na edição passada da feira.
"Através do barro e do fogo, eu busquei expressar o universo multifacetado do autismo. Cada peça carrega tons profundos de azul com detalhes únicos, refletindo as emoções, os silêncios e as descobertas de quem vive essa jornada. Na minha relação com o diagnóstico de autismo da minha filha, eu aprendi a valorizar a cada dia o que parece pequenas conquistas”, destaca o artista Cláudio Neves, reconhecido internacionalmente por seus vasos para Bonsai.
A participação dos jovens na Fenearte é resultado de um processo estruturado de capacitação no Instituto Dimitri Andrade, onde o emprego apoiado é parte essencial das terapias integradas. A metodologia oferece suporte contínuo e individualizado para que pessoas com autismo desenvolvam habilidades, ganhem autonomia e ocupem espaços no mundo do trabalho. Segundo o portal Autism Speaks, cerca de 85% dos adultos autistas estão fora do mercado, realidade que o Instituto busca transformar com práticas efetivas.
“A prática do emprego apoiado traz benefícios amplamente comprovados para pessoas com autismo, como maiores taxas de inclusão, melhor qualidade de vida, ganhos cognitivos e sociais, além de impacto positivo na economia. O emprego também é uma questão de saúde. Prezamos por levar as terapias para além dos consultórios. Em mais um ano, nossos adolescentes e adultos com autismo serão os vendedores da loja do Instituto na Fenearte. Assim, promovemos inclusão, sociabilidade e autonomia”, destaca a psicóloga Frínea Andrade, fundadora e diretora do Instituto Dimitri Andrade.
Serviço:
Fenearte 2025
De 9 a 20 de julho | Centro de Convenções de Pernambuco
Estande do Instituto Dimitri Andrade: Rede Solidária nº 585 (próximo à praça de alimentação)