Levantamento do Censo 2022 mostra diferenças no acesso a serviços urbanos entre áreas formais e comunidades no estado
O IBGE divulgou os resultados sobre as características urbanísticas do entorno dos domicílios em favelas e comunidades urbanas no Censo 2022 . O levantamento indica que Recife apresenta discrepância significativa no acesso a vias com capacidade para circulação de caminhões ou ônibus. Na capital, 42,07% dos moradores dessas áreas vivem em trechos que não comportam veículos de grande porte, uma diferença de 36,9 pontos percentuais em relação às áreas fora das comunidades.
O estudo também observou baixa presença de arborização nas vias onde se localizam favelas e comunidades. Em Pernambuco, 25,5% dos moradores dessas áreas vivem em ruas com árvores, enquanto o percentual nacional é de 35,2% . No Recife, apenas 26,56% dos residentes em favelas estão em vias arborizadas, um dos menores indicadores entre as grandes concentrações urbanas do país.
Os dados mostram ainda problemas estruturais relevantes. Cerca de 345 mil moradores do Recife vivem em trechos de favelas sem pavimentação, número absoluto inferior apenas ao de São Paulo . Outros 626.292 moradores estão em áreas sem bueiro ou boca de lobo. No estado, apenas 0,9% dos moradores de favelas residem em trechos com rampa para cadeirantes.
A pesquisa contabilizou o número de estabelecimentos dentro e fora das favelas. Em Pernambuco, há 19 vezes menos unidades de saúde dentro dessas áreas em comparação com o restante do território estadual, somando 260 equipamentos para atender uma população de 1,1 milhão de pessoas . No campo educacional, foram identificadas 747 unidades. Já a presença de estabelecimentos religiosos é expressiva: 3.330 deles estão situados em favelas e comunidades, uma das maiores proporções do país em relação às áreas formais.
