“O futuro está a um passo da inovação e da sustentabilidade”. Esse foi o título da conclusão do livro Pernambuco Competitivo, publicado em 2009 e que trazia os resultados da 10ª edição pesquisa Empresas & Empresários (E&E). Hoje constata-se que o Estado possui desempenhos diferentes nessas duas áreas que voltam a ser analisadas na 13ª edição do projeto E&E, que está sendo realizado pela TGI e pelo INTG, com patrocínio do Governo de Pernambuco.
O economista Ecio Costa, da CEDES, que participa da pesquisa como consultor técnico, fez uma análise do panorama do Estado a partir de um estudo do Centro de Liderança Pública (CLP) sobre a competitividade do País em 2017. Ecio destacou os pontos críticos e os indicadores de destaque. “Em inovação somos ainda muito mal avaliados, enquanto em sustentabilidade ambiental temos um desempenho acima da média do País”, apontou o economista durante reunião do Conselho Estratégico Algomais Pernambuco Desafiado. No ranking geral, Pernambuco ficou na 18ª colocação, com nota 40,8 (numa escala de 0 a 100).
Mas foi apontado pelo estudo como o 8º melhor do País no item sustentabilidade, com nota 60,2. Os líderes nesse recorte são o Distrito Federal, Paraná e Roraima. O relatório da competitividade da CLP avaliou quatro indicadores: destinação do lixo, emissões de CO2, serviços urbanos e tratamento de esgoto.
Dentre esses, a destinação do lixo (com a 4ª melhor nota do País, 91,3) foi responsável pela avaliação positiva do Estado na questão ambiental. Esse item obteve um avanço significativo nos últimos três anos, visto que em 2015 Pernambuco estava apenas na 23ª posição (na época com nota de 3,7).
Em comparação com a média nacional, o Estado também se destacou no quesito Emissões de CO2 (que avalia a quantidade de CO2 emitido e derivado de remoção de unidades de conservação). Pernambuco ficou em 5º lugar no ranking, com uma nota de 66,7. A avaliação média do País nesse indicador é de 58,9.
A preservação dos recursos naturais é considerada fundamental no livro Pernambuco Competitivo, ao analisar o cenário futuro. “A crise de sustentabilidade” – diz um trecho da publicação – “requer a incorporação do componente ambiental como elemento imprescindível para sobrevivência em um mercado global, cuja tendência é baixar, nas próximas décadas, o limiar de tolerância da produção de bens e serviços prejudiciais ao meio ambiente”. O livro destacou ainda que para Pernambuco esse fator tem um caráter mais relevante, visto que quase 90% do território pernambucano está inserido na região semiárida.
No tocante à inovação, a pesquisa da CLP colocou Pernambuco apenas na 11ª posição, com uma nota 25. Um desempenho que não está muito distante da média geral do País, que é 27. Para medir a inovação nos Estados, a instituição avalia três indicadores: investimentos em pesquisa & desenvolvimento (P&D), patentes e produção acadêmica.
O melhor desempenho do Estado nos indicadores de inovação é na produção acadêmica (que investiga o total de documentos publicados em periódicos acadêmicos em relação à população total) com a nota 39,7, ficando em 10º lugar no ranking nacional. O desempenho mais tímido de Pernambuco foi no item patentes. O Estado aparece com uma modesta nota de apenas 2,8 (enquanto a média nacional é 19), ficando na 15ª posição do País.
Dificuldades para inovar tem sido um problema presente em todo o Brasil. O assunto foi destaque no livro Pernambuco Desafiado, fruto da 11ª Edição da E&E. A publicação havia alertado para o baixo índice de investimentos em pesquisa & desenvolvimento no País. “A posição do Brasil no contexto mundial em termos de produção científica e tecnológica e de inovação ainda é muito desfavorável, podendo comprometer a competitividade da economia brasileira”. O estudo destacou que nos países desenvolvidos a participação das empresas é crucial para a inovação tecnológica.
O CLP também avaliou outros aspectos como a solidez fiscal e a eficiência da máquina, nos quais Pernambuco teve bom desempenho. Por outro lado, a segurança pública puxou o desempenho pernambucano para baixo. O assunto foi tratado na edição anterior da Algomais (número 141), que mostrou as ações governamentais para solucionar o problema.
PESQUISA
O projeto Empresas & Empresários está mapeando as principais ações e estratégias das organizações pernambucanas para superar a recessão econômica brasileira. Além do estudo das corporações e do cenário dos seus respectivos segmentos, o projeto também tem como proposta conceder uma premiação para homenagear uma empresa de cada setor econômico analisado na pesquisa. Também será entregue um prêmio geral para aquela que apresentar a melhor nota de desempenho de todo o Estado.