Instituto Futuro promove exibição do documentário Pedro Jorge no dia 6 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Instituto Futuro promove exibição do documentário Pedro Jorge no dia 6

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A história do assassinato do procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, responsável por denunciar os envolvidos em um dos maiores casos de corrupção que aconteceram no Brasil na década de 1980, foi retratada, pela primeira vez, no documentário. “Pedro Jorge: uma vida pela justiça”, produzido pelo Ministério Público Federal na 5ª Região – segunda instância do MPF com sede no Recife – e pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), que será exibido em sessão especial promovida pelo Instituto Futuro da UFPE. A exibição será aberta ao público e acontecerá na próxima quarta-feira (6), às 16h30, no auditório do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), no Campus Recife. Após a exibição, haverá um debate abordando os temas combate à corrupção, comunicação, política e religião.

Lançado em março deste ano, em sessão inaugural no Cinema São Luiz, o documentário está sendo exibido em instituições públicas e universidades em todo o país, em mostras quase sempre seguidas de debates sobre a temática do filme. A proposta é resgatar o que foi o chamado Escândalo da Mandioca e como foi a atuação do procurador da República Pedro Jorge.

Quem viveu o início dos anos 80 certamente se lembra desse caso. O episódio, que teve repercussão nacional, consistiu em um grande esquema de desvio de recursos públicos federais no Sertão de Pernambuco. Dezenas de pessoas obtiveram empréstimos irregulares no Banco do Brasil do município de Floresta com o suposto objetivo de cultivar mandioca. Nada era plantado, e os beneficiários ainda recebiam o dinheiro do seguro agrícola, alegando terem perdido a safra por conta da seca.

Responsável por investigar e denunciar os envolvidos no esquema, Pedro Jorge vinha sofrendo ameaças dos denunciados e pressões para abandonar o caso, mas decidiu seguir em frente com seu trabalho. Ele foi morto no dia 3 de março de 1982, com três tiros à queima-roupa, ao sair de uma padaria no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, onde comprara pão e leite para o jantar em casa. Tinha apenas 35 anos de idade. O autor dos disparos foi o pistoleiro Elias Nunes Nogueira, contratado pelo então major José Ferreira dos Anjos, um dos envolvidos no esquema de corrupção em Floresta.

O média-metragem, produzido sem fins lucrativos e com recursos e pessoal próprios, faz um resgate histórico do trágico episódio, que ocorreu há 35 anos. Entre os entrevistados, estão os ex-procuradores-gerais da República Rodrigo Janot, Geraldo Brindeiro e Aristides Junqueira, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, e a família de Pedro Jorge, entre outras personalidades.

BIOGRAFIA – Pedro Jorge de Melo e Silva nasceu em Alagoas, no dia 21 de setembro de 1946. Tinha oito anos quando ingressou num seminário em Maceió (AL) e seguiu a carreira religiosa até os 22 anos de idade, quando deixou o Mosteiro de São Bento, em Olinda (PE), onde concluiu o curso de Filosofia. Bastante culto, estudou francês, inglês, alemão e grego, e era um pianista muito talentoso.

Primeiro colocado no vestibular do curso de Direito da UFPE, Pedro Jorge formou-se em 1972. Dois anos depois, foi aprovado no concurso para procurador da República, e ingressou no MPF em 1975, na Procuradoria da República em Pernambuco. Nesse mesmo ano, casou-se com Maria das Graças Viegas, com quem veio a ter duas filhas: Roberta e Marisa.

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