Os rendimentos habituais reais médios do trabalho tiveram um aumento de 7,4% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o estudo "Retrato dos rendimentos do trabalho", do Ipea, de autoria do pesquisador Sandro Sacchet. Com base nos dados da Pnad Contínua do IBGE, a pesquisa mostra que a renda média habitual real no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 2.900, próximo ao valor de R$ 2.910 observado em dezembro de 2019, antes da pandemia de Covid-19.

O rendimento habitual refere-se à remuneração mensal recebida por empregados, empregadores e trabalhadores por conta própria, excluindo pagamentos extraordinários ou descontos esporádicos. De acordo com as estimativas mensalizadas do Ipea, o rendimento médio habitual real em abril deste ano foi de R$ 2.909, o que representa uma queda de 0,5% em relação ao mês anterior (R$ 2.923) e 0,6% em comparação com dezembro de 2022 (R$ 2.928). Em contrapartida, a renda efetiva teve um aumento de 7,1% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior.

No primeiro trimestre deste ano, com a estabilização da renda e a falta de crescimento na população ocupada, a massa salarial atingiu R$ 279,2 bilhões, um aumento de 10,8% em relação ao mesmo período de 2022. A massa salarial efetiva, por sua vez, teve um crescimento de 10,5%, totalizando R$ 304,3 bilhões. Ao analisar os grupos demográficos, observa-se que a renda efetiva teve os maiores aumentos nas regiões Centro-Oeste e Nordeste no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 10% e 8,1%, respectivamente, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Os trabalhadores jovens adultos (entre 25 e 39 anos) com ensino superior registraram os maiores aumentos na renda. Nenhum grupo demográfico apresentou queda na renda, no entanto, o crescimento foi menor para aqueles que residem no Sul e em regiões não metropolitanas, possuem mais de 60 anos, ensino fundamental completo e são chefes de família.