João Campos analisa os 100 dias de sua gestão na Prefeitura do Recife

Assumir uma prefeitura em plena pandemia não tem sido fácil para os prefeitos eleitos no último pleito. No Recife não tem sido diferente. Mas João Campos tem atuado para não só enfrentar os desafios da crise sanitária mas, também, em outras áreas críticas da cidade como a desigualdade social, a mobilidade e a revitalização do centro do Recife. Nesta entrevista Cláudia Santos, o prefeito faz um balanço dos seus primeiros 100 dias à frente da PCR.

Levando em conta esses 100 dias à frente da Prefeitura do Recife, quais os maiores desafios que o senhor tem enfrentado na gestão da cidade?
O Brasil tem enfrentado os dias mais difíceis da pandemia da Covid-19 e aqui no Recife não tem sido diferente. Nesses 100 dias, a gente trabalhou em três frentes para vencer o novo coronavírus: a vacinação, a abertura de leitos para o tratamento de pacientes com o reforço às normas sanitárias e o apoio à população mais vulnerável. Ainda em janeiro, o Recife tomou a decisão de fazer o processo da vacinação 100% digital. Em apenas quatro dias, criamos o sistema que permite o cadastro e o agendamento do dia, local e horário de imunização. A sistematização também nos permite ter o controle de estoque e de informações sobre as pessoas vacinadas. O resultado é que o Recife tem uma vacinação rápida e eficiente que permite o município abrir a imunização para outros grupos prioritários antes de outras cidades do País. Mas a pandemia não afetou apenas a saúde das pessoas. São muitos os desempregados e desassistidos pelo governo federal. Voltamos o nosso olhar para o cuidado com as pessoas, por meio de iniciativas de apoio à população como o AME Recife, nosso auxílio emergencial para as famílias que estão na fila do Bolsa Família e para aquelas com crianças até 3 anos. O AME Carnaval, que apoia o setor da cultura um dos mais afetados pela pandemia entre outras ações.

E isso tudo sem deixar de dar continuidade aos serviços e projetos que a cidade precisa. Estamos nas ruas com a Ação Inverno, com investimento de R$ 69 milhões para atender quem vive em áreas de risco, asfaltamos ruas e passeios, construímos escolas e continuamos trabalhando pela qualidade de vida dos recifenses e das recifenses.

Uma das muitas consequências da pandemia é o aumento da pobreza e da fome. Como a prefeitura tem enfrentado esta situação?

A prefeitura do Recife tem uma grande preocupação com a questão socioeconômica. Estamos fazendo grandes esforços para amparar a população neste momento difícil em que as atividades econômicas foram duramente afetadas e o desemprego aumentou. Em março, lançamos o maior programa de proteção social da gestão, o Auxílio Municipal Emergencial Recife (AME Recife), que vai atender cerca de 30 mil famílias nos meses de abril e maio. Essa ajuda foi destinada a dois grupos: um formado por famílias que estão no Cadastro Único (CadÚnico), a chamada “fila” do Bolsa Família, e que estavam há meses sem nenhum tipo de assistência para dar conta das necessidades básicas; e outro formado por famílias que já recebem o benefício do governo federal e têm crianças com idade entre 0 e 3 anos, a primeiríssima infância. O primeiro grupo recebe duas parcelas de R$ 150 e o segundo um complemento de renda de R$ 50 também nos meses de abril e maio.

O investimento foi de R$ 6,4 milhões dos cofres municipais. Quem trabalha no Carnaval, a maior festa do Recife, suspensa devido à pandemia, também recebeu ajuda da Prefeitura. Criamos o Auxílio Municipal Emergencial Carnaval (AME Carnaval),

destinado a artistas, atrações e agremiações que tiravam da principal festa do Recife o sustento. Ao todo, cerca de 800 agremiações receberão o benefício até o fim do mês de abril. O investimento contou com apoio da Ambev e chegou aos R$ 4 milhões. Também oferecemos apoio aos setores produtivos, para que as empresas mantenham o seu funcionamento e não deixem mais pessoas desempregadas. A prefeitura adiou o pagamento do ISS para setores impactados mais severamente pela restrição de circulação de pessoas, como bares e restaurantes, hotéis, casas de eventos, salões de beleza, clínicas de estética, agências de viagem e espaços de entretenimento.

Mas não basta somente fazer a nossa parte. A prefeitura também precisa unir esforços com a população. Por isso, em março, quando o Recife completou 484 anos, lançamos a campanha Aniversário Solidário, para arrecadação de alimentos em diversos pontos da cidade, como a sede da prefeitura, os postos de vacinação e supermercados parceiros.

Diante dessa crise econômica, como estão as contas da prefeitura?
Recebemos a Prefeitura com as contas em ordem, mesmo diante do cenário desafiador do ano de 2020, com os efeitos da pandemia restringindo receitas e exigindo investimentos na criação da rede emergencial de saúde e no apoio da população mais vulnerável. Porém, sempre é necessário cortar custos e manter um bom equilíbrio fiscal. Tivemos esse compromisso com o povo do Recife, de fazer da maneira correta, respeitando o dinheiro público. Por isso, lançamos um ousado plano de ajuste fiscal para melhorar a pontuação do Recife junto aos órgãos internacionais e conseguir fazer mais investimentos. Revimos contratos, cortamos despesas e atentamos para a gestão de pessoal visando a alcançar uma economia de R$ 100 milhões. Tudo isso apoiado na modernização da máquina pública e no planejamento integrado, para tornar a administração mais ágil e eficaz.

Uma nova etapa do Parque Capibaribe está sendo realizada com o Parque das Graças. Qual a perspectiva de serem executadas outras etapas do projeto ainda na sua gestão?
No dia do aniversário do Recife, 12 de março, a gente anunciou a construção do Parque das Graças, que vai ser o coração do Parque Capibaribe. É mais uma área verde que chega para a nossa cidade, para que a gente possa oferecer espaços de convivência aos recifenses e, ao mesmo tempo, cuidar do meio ambiente e do nosso Rio Capibaribe. O parque vai ter um quilômetro de extensão e a gente vai dividir em três fases. A primeira, já entrega este ano. Esse é um projeto pensado em conjunto com moradores, a universidade e quem tem preocupação com o meio ambiente, com o rio. O Recife nasceu do rio e, por muitas vezes, deu as costas a ele.

Agora é nossa oportunidade de nos reconectarmos. O Parque Capibaribe, que é um projeto maior, com 30 quilômetros de área atendida, é um dos nossos compromissos e queremos avançar no projeto nos próximos anos.

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO 181.2 DA REVISTA ALGOMAIS: assine.algomais.com

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