O avanço da idade traz diversas transformações no corpo e os joelhos sentem esse impacto com força. A dor ao subir escadas, o inchaço após pequenas caminhadas ou um simples estalo ao se levantar da cadeira podem ser sinais de um problema muitas vezes subestimado, a lesão no menisco, uma das causas mais comuns de dor no joelho entre pessoas acima dos 40 anos.
Segundo o ortopedista Leonardo Monteiro, especialista em cirurgia do joelho, os meniscos são estruturas cartilaginosas em formato de C que funcionam como verdadeiros amortecedores da articulação. “Eles estabilizam, lubrificam, absorvem impacto e distribuem a carga sobre o joelho. Com o envelhecimento, esse tecido perde flexibilidade e espessura, tornando-se mais suscetível a lesões, mesmo sem grandes traumas”, explica o médico.

Envelhecimento, sobrepeso e movimentos repetitivos estão entre as causas
Embora as lesões meniscais possam acontecer após traumas, como torções ou quedas, o tipo mais comum em pessoas mais velhas é o degenerativo, causado por uso repetitivo da articulação ou pelo simples passar dos anos. Esportistas amadores e corredores que também fazem parte do grupo de risco.
“Às vezes, um gesto simples como girar o corpo para sair da cama ou levantar-se de uma cadeira pode ser suficiente para causar uma ruptura, quando o tecido já está enfraquecido pela idade”, alerta o ortopedista.
Sintomas: nem sempre a dor é imediata
- Dor ao movimentar o joelho, especialmente ao subir ou descer escadas
- Inchaço e rigidez
- Estalos ou sensação de “crepitação”
- Dificuldade de locomoção
“Algumas lesões são silenciosas no início e só começam a causar dor mais intensa quando o dano já está avançado”, explica o ortopedista.
Causas mais comuns
- Envelhecimento natural da articulação
- Prática de atividades físicas de alto impacto ou movimentos repetitivos
- Obesidade
- Doenças articulares, como artrite reumatóide e osteoartrite
Tratamento
A boa notícia é que a dor no joelho não deve ser considerada normal no envelhecimento. Há tratamentos eficazes para diferentes estágios da lesão.
- Repouso e gelo
- Fisioterapia especializada, com foco em fortalecimento muscular e reeducação de movimento
- Terapia biológica com gordura fragmentada
- Tratamentos cirúrgicos como artroscopia ou substituição por prótese
“A terapia biológica utiliza a gordura do próprio paciente, que é rica em células-tronco, para ser injetada no joelho do paciente, ajudando na reparação dos tecidos devido ao seu efeito anti-inflamatório. Desta forma, é possível regenerar cartilagem do joelho e recuperar a mobilidade dos pacientes. Nas opções cirúrgicas, a artroscopia é um procedimento minimamente invasivo que utiliza pequenas incisões. Em casos mais graves, pode ser necessário a remoção do menisco ou de partes dele, e a substituição por uma prótese”, explica o médico Leonardo Monteiro. O especialista ainda destaca que é um mito acreditar que, após uma cirurgia, o joelho nunca mais será o mesmo. “Com o tratamento adequado e reabilitação bem conduzida, o paciente pode recuperar plenamente a mobilidade e qualidade de vida”, afirma.
Prevenção é o melhor caminho
- Manter um peso adequado, evitando sobrecarga nas articulações
- Praticar exercícios regularmente, dando preferência a atividades de baixo impacto
- Fortalecer a musculatura das pernas
- Ter uma alimentação equilibrada
- Evitar movimentos bruscos
“Envelhecer com saúde também passa por manter as articulações funcionando bem. Ignorar os sinais do corpo e conviver com a dor não é o caminho. Há soluções, e quanto antes forem buscadas, melhores os resultados”, conclui Leonardo Monteiro, médico ortopedista especialista em joelho.