O Brasil despeja, diariamente, 890 toneladas de plásticos nos oceanos, o que corresponde a 325 mil toneladas de lixo plástico em alto mar por ano. Os dados fazem parte de um estudo técnico, divulgado pela organização ambiental Oceana. O levantamento mostra que o país produz uma média de 500 bilhões de itens descartáveis por ano e, a maior parte deles, se torna lixo. As consequências atingem todo o ecossistema marinho e a qualidade de vida da população.
Ocupando o posto de maior produtor de plástico da América Latina, o território brasileiro acaba acumulando todos estes materiais, que são levados a partir de fontes terrestres como lixões a céu aberto e pontos críticos de descarte em áreas urbanas. De acordo com a engenheira ambiental Carolina Buarque, diretora da Locar Gestão de Resíduos, o problema atinge proporções maiores. “O consumo de plásticos explodiu na pandemia e o país ainda recicla uma porcentagem muito pequena desta fatia. As consequências passam por toda a cadeia produtiva, com prejuízos a saúde e a economia”, alerta.
Esta realidade nociva, que inclui os 187 quilômetros de extensão da costa pernambucana, inclui embalagens, sacolas plásticas, garrafas, tampinhas, entre outros. O apanhado acaba responsável pela contaminação e morte de animais marinhos e se converte em microplásticos, sendo absolvidos, por exemplo, nos peixes que são consumidos, chegando à mesa da população. Entre os números, elencando os itens com maior incidência desta contaminação, ainda estão a água engarrafada e da torneira, a cerveja, o açúcar, o sal e o mel.
Segundo a engenheira ambiental, Carolina Buarque, é preciso uma mudança de hábitos, envolvendo todas as camadas da sociedade. “As empresas precisam reduzir a quantidade de plásticos que colocam na rede de suprimentos, como por exemplo as embalagens, oferecendo novas alternativas aos consumidores. Também se faz necessária a implantação de políticas públicas que regulamentem esses produtos nacionalmente. Mas, acima de tudo, é fundamental a conscientização das pessoas, evitando o descarte irregular e entendendo que os oceanos são fontes de vida”, orienta.