Em dezembro de 2023, aproximadamente 423 mil residentes em Pernambuco estavam endividados, englobando compromissos como cartão de crédito, financiamentos, carnês e crédito pessoal, entre outros. Destes, 164 mil encontravam-se inadimplentes. Os dados foram levantados a partir de uma análise realizada pela Fecomércio-PE, com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ao longo do ano de 2023, a média de pessoas endividadas foi de 430 mil, representando um aumento de 2,2% em relação a 2022. Além disso, o número médio de inadimplentes no estado foi de 169 mil, evidenciando um aumento de 8,5% em comparação com o ano anterior.

Segundo a Fecomércio-PE, as modalidades de dívidas mais comuns entre as famílias pernambucanas com renda de até 10 salários mínimos incluem o cartão de crédito (92,8%), seguido por carnês (28%) e crédito pessoal (6,8%). Já para as famílias com renda superior a esse estrato, as dívidas mais prevalentes são 97,3% em cartão de crédito, seguido por financiamento de automóveis (22%), carnês (21,4%) e financiamento imobiliário (11%).

Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE

“A situação financeira das famílias complicou-se em Pernambuco no ano passado. Os juros altos continuam sendo um obstáculo, somados ao desemprego e ao aumento do trabalho informal no estado. No entanto, há uma esperança de melhora com uma medida do Governo Federal que limita os juros cobrados no cartão de crédito, o que pode evitar que mais pessoas se endividarem ainda mais. Além disso, o Censo do Desenrola mostrou que houve esforços para negociar dívidas, mas, até agora, não conseguiram trazer os resultados esperados. Ainda assim, acredita-se que, ao longo do ano de 2024, essas iniciativas possam surtir efeito esperado, ajudando as pessoas a saírem do ciclo de dívidas”.