Instalação interativa convida o público a caminhar sobre o Recife e refletir sobre a cidade do presente e do futuro.
Um mapa gigante de 450m² do Recife está chamando a atenção do público na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A instalação faz parte do projeto Cartografia dos Sentidos e convida os visitantes a literalmente pisarem na cidade, enxergando-a de um novo ângulo e despertando o senso de pertencimento. O ginásio do Departamento de Educação Física virou ponto de encontro de crianças, jovens, adultos e autoridades que exploram os bairros, ruas e áreas verdes da capital pernambucana com os próprios pés.
Além de caminhar sobre o mapa, o público é instigado a refletir sobre sua relação com o território. Faixas suspensas no espaço trazem perguntas como “Meu Recife amanhã será...?” e “Se essa rua fosse minha?”, estimulando memórias afetivas e projeções de futuro. Um miniestúdio permite que os participantes registrem suas histórias e percepções sobre a cidade. A proposta é fomentar uma cartografia sensível, em que os sentimentos, os afetos e os desejos ocupam o centro da discussão sobre o planejamento urbano.
A iniciativa já recebeu figuras como o prefeito João Campos, que destacou a importância do projeto para o fortalecimento do sentimento de pertencimento, e o urbanista Francisco Cunha, que ressaltou o potencial de transformar Recife em uma “cidade-parque”, integrando suas áreas verdes à política urbana. Também estiveram presentes a reitora da UFRPE, Maria José de Sena, e diversos secretários municipais. Roda de conversas temáticas e atividades infantis fazem parte da programação, que segue até o sábado (19), com entrada gratuita.
O projeto é idealizado pelo antropólogo e artista multimídia Maurício Panella, do Instituto Casadágua, e conta com apoio da Prefeitura do Recife, universidades, o Banco do Nordeste e outras instituições. Mais do que uma intervenção artística, o mapa gigante é o ponto de partida para pensar cidades mais inclusivas, criativas e preparadas para os desafios climáticos do futuro. A atividade integra a maior feira científica do Brasil, cujo tema este ano é “Progresso é ciência em todos os territórios”.