No Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para uma doença que afeta 176 milhões de mulheres em todo o mundo e 6,5 milhões no Brasil segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) . Para a ginecologista, Fernanda Florêncio, explicou que a doença, embora seja comum, ainda é pouco conhecida e costuma demorar a ser diagnosticada: cerca de oito anos após o aparecimento dos primeiros sintomas.
A ginecologista lembrou que os sinais mais evidentes são dores muitas vezes incapacitantes, como cólicas fortes e progressivas (que pioram ao longo do tempo), dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas. Em alguns casos, a falta de tratamento pode levar a problemas mais graves, como obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados.
“A mulher, às vezes, vai ao ortopedista achando que tem algum problema na coluna. Ou vai ao gastroenterologista achando que tem síndrome do cólon irritável. Mas é a endometriose.”, alerta Fernanda.
Infertilidade
De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolver o problema e há 30% de chance de a paciente ficar estéril. Sales explica que aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade, e 20% apenas infertilidade. “Muitas mulheres só descobrem a doença quando associam as dores à dificuldade de engravidar. A instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um cisto que pode comprometer o futuro reprodutivo da mulher”, afirma a médica.
Diagnóstico e tratamento
Na maioria dos casos, o diagnóstico clínico-ginecológico da endometriose é suficiente e permite iniciar o tratamento e manter o acompanhamento da mulher a fim de avaliar a resposta terapêutica. De acordo com Juliana, normalmente o tratamento é feito por meio de medicamentos ou cirurgia com uma equipe multidisciplinar (ginecologista, proctologista e urologista.) “Cada um deles tem suas especificidades, e cabe ao ginecologista avaliar a gravidade da doença em cada caso e recomendar o melhor tratamento. Vale lembrar que, dependendo da situação, ambos os procedimentos são feitos de maneira integrada”, informa a especialista.