O mesmo órgão que mantém milhares de pessoas vivas é também o mais letal. As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. De acordo com levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas vão a óbito por conta de problemas no coração. Deste total, 7,4 milhões devido à doença cardíaca coronária. No Brasil, em média 300 mil pessoas morrem anualmente devido aos problemas cardiovasculares. Em 2017, o cardiômetro, indicador criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, estimou 383.961 mortes no país.
A adoção de hábitos saudáveis e a conscientização para os fatores de risco para doenças coronarianas tornam-se ainda mais relevantes no Dia Mundial do Coração (29/9). Para lembrar a data e alertar a população, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz iluminará sua fachada de vermelho no dia 29 de setembro.
A abordagem dos fatores de risco, como diabetes, obesidade, hipertensão, estresse, sedentarismo, tabagismo e colesterol alto reduzem em 80% as ocorrências de doenças associadas ao coração. O InterHeart, famoso estudo publicado em 2004 no The Lancet, que avaliou a importância dos fatores de risco para o infarto do miocárdio ao redor do mundo em 262 centros de 52 países, aponta que cerca de 30% do risco cardiovascular pode ser atribuído à obesidade.
De 2006 a 2016, o número de pessoas com excesso de peso aumentou 26,3%. Passou de 42,6% para 53,8%, segundo dados do Vigitel 2016. Os homens respondem pela maior incidência (57,7%), enquanto que 50,5% das mulheres estão com sobrepeso. O crescimento da obesidade foi ainda mais expressivo, pois aumentou 60% em dez anos. A prevalência é levemente mais expressiva nas mulheres. Atinge 19,6% da população feminina e 18,1% da população masculina.
Medidas preventivas custam menos à saúde da população e ao governo. Globalmente a obesidade custa aos cofres públicos US$ 2 trilhões a cada ano, de acordo com estudo da consultoria McKinsey. O Sistema Único de Saúde (SUS) despende R$ 458 milhões anualmente com problemas decorrentes da obesidade. Segundo levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com base em dados do sistema público e privado de saúde os custos estimados por doença cardiovascular aumentaram 17% no país entre 2010 a 2015.
O consumo de alimentos processados e o sedentarismo reforçado pela facilidade das novas tecnologias são alguns dos fatores que desencadeiam a obesidade e consequentes problemas cardíacos. Como medida de prevenção e adoção de hábitos saudáveis, o Dr. Fabio Lario, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, indica que a maior parte da prevenção de problemas cardíacos depende de hábitos saudáveis, que podem ser integrados a vida diária sem maior dificuldade: "Começamos a combater os problemas cardiovasculares a partir do momento que nos movimentamos. Estudos científicos mostram que podemos incorporar diversos momentos breves de atividade física em nossa rotina diária, com grande benefício para prevenção de doenças cardíacas. Esta é uma estratégia que tem maior chance de ser incorporada em nossas rotinas, por demandar menos tempo e mudanças menos radicais no dia-a-dia", afirma o especialista.
O médico aponta que a prática de 150 minutos de atividade semanal moderada oferece 98% dos benefícios para o coração. Esse tempo pode ser distribuído ao longo dos dias, como sessões de 10 minutos a 30 minutos, por exemplo. Atividades moderadas como uma caminhada rápida, e afazeres cotidianos como ir a pé ao trabalho ou ao transporte público, ou ainda priorização do uso de escadas em relação aos elevadores podem ser facilmente incorporados à rotina diária e podem fazer grande diferença na saúde do indivíduo.
Soma-se à atividade física, a alimentação saudável. "Devemos evitar alimentos processados e dar preferência a alimentos reais, como carnes magras, cereais, frutas, verduras e legumes. Se buscarmos a prática diária de hábitos e alimentação saudáveis, que dependem principalmente de mudanças de atitude e estilo de vida, além do controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares (colesterol alto, hipertensão, tabagismo, diabete, obesidade, sedentarismo e estresse) sob orientação profissional, teremos trilhado 80 a 90% do caminho da prevenção das doenças do coração".
Sobre o Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Fundado por um grupo de imigrantes de língua alemã, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Com atuação de referência em serviços de alta complexidade e ênfase nas especialidades de oncologia e doenças digestivas, a Instituição completou 120 anos em 2017. Para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Commission International (JCI) – principal agência mundial de acreditação em saúde –, o Hospital conta com um corpo clínico renomado, formado por mais de 3.900 médicos cadastrados ativos, e uma das mais qualificadas assistências do país. Sua capacidade total instalada é de 805 leitos, sendo 582 deles na saúde privada e 223 no âmbito público. Desde 2008, por meio do Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, atua também na área pública como um dos cinco hospitais de excelência do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) do Ministério da Saúde.