O Mercado Eufrásio Barbosa,em Olinda, está de volta e foi inaugurado nesta quinta-feira (5). Depois de uma completa requalificação estrutural, o equipamento foi transformando em um Centro de Cultura Popular. O espaço de 6 mil metros quadrados conta agora com salas de exposição permanentes e temporárias, salas para oficinas de artesanato, dança e gastronomia, local para feiras sazonais, um novo Teatro Fernando Santa Cruz, 22 novas lojas, restaurante com paisagismo e uma livraria da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). As obras, orçadas em R$ 19,4 milhões, foram executadas pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, por meio do Prodetur, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A transformação estrutural do Mercado Eufrásio promoveu o resgate da história do equipamento. O icônico Teatro Fernando Santa Cruz, com capacidade para 161 lugares, ganhou novas poltronas, acústica, climatização e cenografia. O novo centro cultural está sendo inaugurado também já com quatro grandes exposições, ocupando cinco das seis salas voltadas a este fim: “Tânia Carneiro Leão – Pinturas”, da filha de Eufrásio Barbosa; “Olhares Pioneiros”, uma coletânea de artistas olindenses dos anos 1960 e 1970; exposição de quadros do multiartista pernambucano Bajado; e o Museu do Mamulengo, em funcionamento há mais de 20 anos na Cidade Alta, agora transferido de forma permanente para o novo centro cultural.
“É motivo de grande alegria para o Governo de Pernambuco a entrega do Mercado Eufrásio Barbosa. Em meio a um período de grande crise econômica, conseguimos requalificar um equipamento que será a grande vitrine e porta de entrada da cidade de Olinda, que tem como principal vocação a cultura e o turismo”, ponderou o vice- governador de pernambuco, Raul Henry.
Além dos grandes espaços, agora também são atração do novo mercado elementos que contam a história do equipamento: um grande forno da antiga fábrica de doces e conservas Amorim da Costa, que funcionou no local entre as décadas de 1960 e 1990; e um painel de azulejo com figura de leão, que foi retirado do local para requalificação. A reforma incluiu ainda a climatização de parte dos espaços, acessibilidade, iluminação, paisagismo e revitalização do piso e das cobertas. O modelo de gestão do novo Eufrásio Barbosa foi definido através de um projeto de lei que garantiu a cessão de gestão compartilhada entre a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) e a Prefeitura de Olinda.
Para o secretário de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Márcio Stefanni, a requalificação do equipamento é significativa para a manutenção da cultura popular do Estado. “A transformação estrutural do Mercado Eufrásio Barbosa promoveu o resgate histórico do equipamento. Entregamos uma obra fundamental para a preservação da cultura pernambucana, que vai também fomentar o turismo atraindo novos visitantes, gerando emprego e renda para a população”, destacou Stefanni.
HISTÓRIA – Ponto turístico de Olinda, o Mercado Eufrásio Barbosa teve sua construção datada dos séculos XVII e XVIII. Entre 1894 e 1960 funcionou a primeira Casa da Alfândega de Pernambuco. Entre as décadas de 1960 e 1990, funcionou como fábrica de doce e, em 1990, foi reaberto como mercado público. O equipamento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
ESCUTA PÚBLICA – Em 2014, em atendimento às exigências do Prodetur Nacional PE, foi realizada uma audiência pública com a população olindense. Entre os 310 presentes, estiveram representantes de entidades como Associação Carnavalesca de Olinda, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), agremiações carnavalescas, Mosteiro de São Bento e da Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca). Na ocasião, foi apresentado o projeto de requalificação do Mercado Eufrásio Barbosa, que previa a instalação de um Centro Cultural contendo áreas de exposições temporárias de artesanato e cultura local.
OBRAS COMPLEMENTARES – Durante a obra de requalificação do Mercado Eufrásio Barbosa foram realizados ajustes no projeto original para atender às exigências dos órgãos envolvidos na fiscalização e monitoramento (Iphan, Prefeitura de Olinda e BID), o que fundamentou a necessidade da realização de obras complementares. A nova etapa das obras incluiu a recuperação estrutural dos boxes de exposição, reservatório e pilares internos; urbanização do jardim; construção do restaurante; recuperação do azulejo português e de peças da antiga fábrica de doces; construção de muro externo e recuperação do canal de água corrente no interior do mercado.
PROGRAMAÇÃO
EXPOSIÇÕES – O novo Mercado Eufrásio será inaugurado com quatro exposições, ocupando cinco das seis salas previstas para exposições no equipamento. As mostras são gratuitas e funcionarão de terça-feira a sábado, das 9h às 13h.
ARTES PLÁSTICAS – O Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa terá duas galerias de artes plásticas, sob a curadoria do artista plástico Raul Córdula, que é paraibano mas escolheu Olinda para fixar residência. A primeira exposição será “Olhares Pioneiros”, em referência aos primeiros movimentos coletivos na cidade-patrimônio surgidos nas décadas de 1960 e 1970, destacando o Movimento da Ribeira, criado a partir da parceria do prefeito Eufrásio Barbosa, em 1965, com um grupo de artistas formado por Adão Pinheiro, Ypiranga Filho, José Barbosa, Tiago Amorim, Guita Charifker, José Tavares, entre outros. A segunda exposição é a mostra “Tânia Carneiro Leão – Pinturas”, da filha de Eufrásio Barbosa, que acompanhou desde cedo o nascimento desses movimentos.
MUSEU DO MAMULENGO – Em funcionamento há mais de 20 anos em Olinda, o Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá foi trazido da rua Laura Nigro, na Cidade Alta, para ocupar outras duas salas do novo Mercado Eufrásio.
ESPAÇO BAJADO – Uma das salas do Mercado Eufrásio também abrigará uma exposição com 40 quadros do multiartista Bajado. O acervo está locado atualmente no gabinete da Prefeitura de Olinda.
PÓS-INAUGURAÇÃO – Ainda estão previstas, até o fim do ano, a montagem do Espaço Janete Costa, com peças da arquiteta e curadoria da filha Roberta Borsoi; uma exposição de alegorias de carnaval; oficinas de dança, artesanato e gastronomia (consultoria do chef César Santos); além de uma área para feiras sazonais (de produtos orgânicos e antiguidades, dentre outras), onde antes funcionava o Bar da Rampa.