Mostra de dança exalta a mulher nas danças de matriz afro-indígena - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Mostra de dança exalta a mulher nas danças de matriz afro-indígena

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A I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança acontecerá nos dias 14, 15 e 16 de julho, no Youtube, com a exibição de 17 solos inéditos e rodas de diálogos entre mulheres. (Foto: Morgana Narjara)

Com o intuito de jogar luz na beleza, na força e no protagonismo das mulheres nas danças populares de matriz e motriz afro-indígena, sendo este um importante espaço para a visibilidade, o empoderamento e o fomento artístico feminino, a I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança acontecerá virtualmente nos dias 14, 15 e 16 de julho (quinta e sexta-feira a partir das 20h, e sábado a partir das 19h) com acesso livre pelo Youtube (canal I Mostra Obinrin-Kunhã de Dança) - link disponível no Instagram @mostraobinrinkunha. O projeto possui incentivo da Lei Aldir Blanc 2021.

Agenda TGI

Nos três dias de programação, serão apresentados 17 solos inéditos de dança, cada um com duração de até 10 min, exaltando o brilho de mulheres com trajetórias expressivas em seus movimentos e danças tradicionais como caboclinhos, maracatu, afoxé, xaxado, cavalo-marinho, frevo, samba-de-roda, coco, capoeira, entre outras, além de rodas de diálogos. Os trabalhos serão distribuídos em eixos que dialogam sobre re(existência), memória, espiritualidade, história, ancestralidade e continuidade.

Entre as participantes que apresentarão seus solos, estão mestras da cultura popular, artistas da dança, brincantes e criadoras-intérpretes. São elas: Zenaide Bezerra, Mestra Jeane Ferreira, Mestra Nice Teles, Maria Inêz, Denise Maria, Luciana Souza, Mirtes Ferreira, Iara Campos, Taynã Fortunato, Janaína Santos, Juliana Ramos, Silvania Ramos, Priscilla Tawanny, Josy Siqueira, Islene Martins, Marcela Santos e Marcela Rabelo, que também é produtora cultural e idealizadora da mostra.

Nas rodas de diálogo, para pensar a trajetória e os desafios de ser mulher da dança e da cultura popular, estarão presentes as artistas da dança Vilma Carijós, Amélia Veloso, Adriana do Frevo, Zenaide Bezerra, Janaína Santos, Marcela Rabelo e a historiadora e pesquisadora da cultura popular Carmem Lélis.

“Obinrin (Obìnrin em Yorùbá, mulher, força do feminino) e Kunhã (do tronco tupi-guarani, mulher, moça, liderança feminina) são palavras que se apresentam para nomear a mostra numa perspectiva de reflexão, de busca e de retomada de valores e princípios para pensar as danças populares, afro-indígenas e brasileiras como lugar de produção de conhecimento, reconhecimento de nossa história e do papel das mulheres neste processo. Através dos trabalhos solos apresentados por artistas da dança e da cultura popular, a mostra visa ressaltar o trabalho de mulheres, que através do fazer artístico, sociocultural e ritualístico, reconhecem sua própria identidade e história, frente a um mundo que cada vez mais insiste no apagamento, desvalorização e na invisibilidade da importância destas danças para o entendimento de si  enquanto ser protagonista de uma humanidade que preza a coletividade dos seres”, explica a artista da dança Marcela Rabelo, produtora cultural e idealizadora da mostra.

            A Mostra, que possui incentivo da Lei Aldir Blanc 2021, conta no total com uma equipe de 40 profissionais, onde 80% são mulheres. Com coordenação de Marcela Rabelo, produção executiva de Felipe França e produção de Marriane Costa, a mostra também buscou, desde o processo de sua elaboração, o posicionamento do lugar de protagonismo e poder de decisão das mulheres integrantes de cada uma das etapas e funções desempenhadas no projeto.

Para Marcela, este é um passo importante não só como mulher, mas como artista da dança, onde as decisões na feitura do projeto são centradas a partir do posicionamento das artistas envolvidas, respeitando suas escolhas e o tempo cotidiano de participante (tendo em vista que além do trabalho com a dança, com a comunidade e com o entorno que ela propicia, muitas das artistas e mestras também são mães). “Viabilizar não só espaços de visibilidade e fala para as mulheres artistas da dança e da cultura popular, mas poder de decisão sobre os recursos é também reparação histórica. Que mais e mais de nós possamos protagonizar e decidir”, negrita a idealizadora da mostra.

PROGRAMAÇÃO

DIA I | 14/07 | OBINRIN-KUNHÃ: RE(EXISTÊNCIA) E MEMÓRIA

A FORÇA DAS RUAS (1min30)

Josy Siqueira

PENACHO AMARELO, MULHER E ANCESTRALIDADE CABOCLA (7min)

Mestra Jeane Ferreira

IJÓ ASÈ ERÊ (4min)

Janaina Santos 

CORPO MEMÓRIA (7min28)

Taynã Fortunato

SOU A BELEZA QUE DANÇA E NÃO SILENCIA (3min 46)

Juliana Ramos

A RESISTÊNCIA DO MARACATU FEMININO DE BAQUE SOLTO CORAÇÃO NAZARENO (4min)

Denise Maria

RODA DE DIÁLOGO

DIA II | 15/07 | OBINRIN-KUNHÃ: ESPIRITUALIDADE, HISTÓRIA E REVOLUÇÃO

JACIRA (5min39)

Iara Campos

O FUTURO DO PASSADO E O PASSADO DO FUTURO (2min30)

Islene Martins

MARAVILHOSAS PERNAMBUCANAS (7min)

Priscilla Tawanny

MINHA DANÇA TEM HISTÓRIA! (6min)

Mirtes Ferreira

TAPUIA DO CANINDÉ (8min)

Silvania Ramos

SAUDAÇÃO AS YÁBÁS (5min)

Maria Inêz

RODA DE DIÁLOGO

DIA III |16/07 | OBINRIN-KUNHÃ:  ANCESTRALIDADE E CONTINUIDADE

DE RAIZ PRA RAIZ (5min)

Marcela Santos

NO PASSO DA VIDA...SÃO DOIS PARA LÁ DOIS PARA CÁ (3min)

Zenaide Bezerra

O LEGADO (8min)

Mestra Nice Teles

FOLHAS (3min)

Luciana Souza

DA SERPENTE À ROSEIRA, SALVE AS ARRUACEIRAS! (8min)

Marcela Rabelo

RODA DE DIÁLOGO

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