Cinquenta e dois jornais com tiragens ininterruptas superiores a um século de circulação no Brasil e em Portugal ganharam uma exposição. “Jornais Centenários do Brasil e Portugal: um legado cultural” reúne 18 títulos brasileiros e 34 portugueses na Galeria Baobá, na sede da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). A mostra é realização da Associação Portuguesa de Imprensa em parceria com a Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP) e Fundaj. A Apoio do Real Hospital Português, presidente da APL, Margarida Cantarelli, gabinete Português de Leitura, o Cônsul de Portugal.
“O baobá é uma árvore gigantesca e centenária, que deixa sementes e frutos e também significa a árvore da vida. Ele dá nome à galeria que abriga uma exposição de jornais centenários de Portugal e do Brasil; de Pernambuco e do Nordeste”, disse o presidente Antônio Campos em seu discurso de abertura. Dentre os jornais, estão, o Diario de Pernambuco, mais antigo em circulação da América Latina, Jornal do Commercio e Estadão, que tiveram representantes na ocasião. Entre os lusitanos, o mais recente centenário, O Figueirense, o Concelho de Estarreja, Diário de Notícias, entre outros.
O presidente Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, acredita que a exposição não pode ser vista simplesmente como uma mostra histórica. “São jornais que ainda estão a publicar. Se olharem para os títulos, para as primeiras páginas da primeira vez que o jornais foram publicados, as pessoas começam a descobrir correlações para além da língua portuguesa. As datas em que foram publicadas, por exemplo. A relação é reconhecível, de que o que estava passando no Brasil e em Portugal no mesmo momento, obrigou eles fazerem um jornal.”
Segundo ele, o projeto de conhecimento desse acervo de publicações com mais de 100 anos foi começado para que os parceiros fossem reconhecidos como membros do Programa Memória do Mundo da Unesco, que preserva e garante acesso público de um acervo de documentação mundial. A intenção foi reforçada pelos presentes que o presidente Associação Portuguesa de Imprensa entregou ao presidente da Fundaj durante seu discurso. Um livro, um azulejo português, que representa a pluralidade, e um vinho português, para ser aberto quando o objetivo se concretizar.
“Esse projeto é inovador, e a Fundaj acreditou nisso. Temos os jornais de dois países que, apesar de separados pelo Atlântico, se unem por uma língua. Fazer uma exposição com tamanha representatividade, com jornais vivos e impressos, é algo que nunca foi realizado em nenhum canto do mundo”, declarou o presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco, Múcio Aguiar.
A mostra permanece de 18 de outubro a 17 de novembro na Galeria Baobá, de terça a sexta das 20h às 17h, e fins de semana, 13h às 17h.