Apenas 20% dos profissionais registrados são mulheres; mudança cultural e apoio institucional são fundamentais
Embora cada vez mais mulheres ingressem nos cursos de Engenharia, o preconceito e os desafios no mercado de trabalho ainda são realidade. Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), apenas 20% dos profissionais registrados no Brasil são do sexo feminino. O número reflete barreiras culturais que começam na escolha da carreira e se estendem até a inserção no mercado, onde muitas enfrentam desconfiança e discriminação.
A professora Ivete Faesarella, dos cursos de Engenharia da Wyden, conhece bem essa realidade. “Trabalhei como gerente de produção numa fábrica de bebidas e por ser mulher e com pouca idade enfrentei preconceitos. Os colaboradores, a maioria homens e mais velhos que eu, não confiavam no meu trabalho, dificultando muito a implementação das melhorias no processo.” Situações como essa ainda são frequentes, especialmente para mulheres em posições de liderança.
Para mudar esse cenário, tanto universidades quanto empresas precisam adotar iniciativas concretas. Instituições de ensino podem incentivar a presença feminina com eventos e mentorias com engenheiras atuantes no mercado. Já as empresas podem criar programas de trainees voltados para mulheres, promovendo um ambiente mais diverso e inclusivo. “Mesmo com dificuldades, elas não precisam abandonar o sonho. Existe uma rede de apoio que elas podem contar”, reforça Ivete.