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Natura Musical apresenta novo disco de Lia de Itamaracá

Revista algomais

Quase dez anos após o lançamento do álbum Ciranda de Ritmos, a cirandeira Lia de Itamaracá vai lançar, no próximo mês, o disco Ciranda Sem Fim. O trabalho carrega o selo do edital Natura Musical através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e foi produzido pelo DJ Dolores e pela produtora cultural Ana Garcia. Com 11 faixas, o álbum chega às plataformas de streaming no dia 8 de novembro.

No material, os admiradores da voz marcante da cirandeira mais famosa do Brasil, vão conhecer uma artista que vai além de uma brincante de ciranda. A proposta do DJ Dolores não é desconfigurar a referência que Lia carrega enquanto referência da Ciranda, mas oferecer uma fusão entre novos e antigos sons. “Lia é cantora do que ela quiser. A voz imponente, marcante e vibrante também pode apresentar outros ritmos. A partir disso estamos apresentando essa repaginada, explica Dolores, que assina a direção musical do novo trabalho.

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O nome do álbum também batiza uma das músicas integrantes do disco. Ciranda Sem Fim Para Lia foi um presente dado à artista pelo músico carioca Lúcio Sanfilippo durante um encontro entre os dois no Rio de Janeiro, em 1999. A faixa recorda o trabalho como merendeira, ofício desempenhado pela cantora durante 30 anos em uma escola estadual da Ilha de Itamaracá.

Lia acompanhou a escolha do repertório, e participou da montagem das faixas desde a composição da ideia. “Estou encantada com o resultado do trabalho, inclusive com as músicas românticas que sempre gostei de ouvir e agora pude gravar”, conta Lia.
Entre as letras mais intimistas escolhidas por Lia está O Relógio. A canção original El Reloj fez sucesso foi composta nos anos 50 pelo cantor mexicano Roberto Cantoral. No Brasil, a música foi marcada pela voz de Altemar Dutra. O bolero está entre os 10 mais famosos e executados no mundo. Já a faixa Apenas um trago (Bom dia, meu amor) foi sucesso nos anos 70, composta pelo mineiro e cantor de brega José Ribeiro.

Ao contrário dos discos anteriores: Rainha da Ciranda (1977), Eu Sou Lia (2000) e Ciranda de Ritmos (2010), a poesia é obra presente neste álbum atual, com a colaboração de textos de outras mulheres, como em Falta de Silêncio, de Alessandra Leão. A poesia, agora cantada por Lia, é um mantra à Iemanjá. Peixe Mulher, de Ava Rocha e Iara Renó, é uma referência à relação de Lia com o mar da Ilha de Itamaracá, cidade da cirandeira.

O cantor e compositor paraibano Chico César também participa do novo álbum, na autoria da música Desde Menina, outro presente oferecido à Lia. No material, Lia teve um encontro com outros nomes da música de Pernambuco, a exemplo do percussionista Lucas dos Prazeres e do baixista Yuri Queiroga. A cantora Alessandra Leão contribui para o trabalho na composição da faixa Falta de Silêncio.

A previsão é que o trabalho, que chegará em formato de CD e LP, esteja nas prateleiras também no mês de novembro. Para comemorar o nascimento do novo álbum, Lia fará uma audição do novo trabalho com uma roda de ciranda aberta ao público, no dia 8 de novembro, no Pátio de São Pedro, no Recife. No dia 16 do mesmo mês, Lia abre a turnê Ciranda Sem Fim com uma apresentação especial na 16ª edição do Festival Coquetel Molotov, na capital pernambucana.

A capa do álbum traz uma fotografia de José de Holanda. O projeto visual, uma fusão de cores, foi produzido por Celso Hartkopf, com o intuito de resgatar a ancestralidade africana de Lia. “As formas, cores e símbolos vêm principalmente das músicas, seja das letras, das melodias ou dos arranjos. Todos os traços feitos nessa capa foram feitos ao som do disco”, conta.

O projeto foi selecionado pelo Natura Musical por meio do edital 2018 com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria de Cultura e da Secretaria da Fazenda da Bahia. “Coletivos como as Ganhadeiras de Itapuã ampliam a voz de movimentos que buscam maior representatividade dentro e fora do mercado musical”, afirma Fernanda Paiva, gerente de Marketing Institucional da Natura. “De uma forma geral, os coletivos promovem impacto cultural, social e econômico que multiplica o alcance de um patrocínio. A gente investe no coletivo e toda uma rede de pessoas conectada a ele também são impactadas de forma positiva”, completa.

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