Com o Plano Brasil Nordeste, governadores firmam pacto para unir inclusão social, inovação e preservação ambiental, posicionando a região como polo global de baixo carbono

O Nordeste consolidou-se como protagonista da transformação ecológica do país ao apresentar, na COP30, um novo modelo de desenvolvimento que integra neoindustrialização, inclusão social e preservação ambiental. O Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica, entregue a autoridades e investidores brasileiros e estrangeiros, reposiciona a região como destino estratégico para a indústria verde global — muito além da já reconhecida produção de energia renovável.

O presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou que a conferência marcou um ponto de virada para a estratégia regional.
“A entrega do Plano Brasil Nordeste consolidou, de fato, nossa liderança na transformação ecológica do país. Apresentamos ao mundo um roteiro claro, com segurança jurídica e estratégia de desenvolvimento. O que já se traduz em resultados imediatos, como a parceria histórica com o BNDES e o BNB, que garantiu R$ 100 milhões para o recaatingamento”, afirmou.
Segundo ele, ao fim da COP30, o Nordeste sai fortalecido como “o destino mais preparado para receber investimentos verdes, transformando potencial ambiental em emprego, renda e dignidade”.

Acordos concretos para a nova indústria verde

Guiado pelo Plano Brasil Nordeste, o Consórcio e os estados firmaram ações voltadas à neoindustrialização sustentável. Entre os avanços, destaca-se a parceria com o Banco do Brasil e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) para impulsionar o Powershoring — estratégia de atração de indústrias intensivas em energia, aproveitando a oferta limpa e competitiva da região para produzir bens de baixo carbono.

A iniciativa se organiza em diversos eixos, como infraestrutura logística, inovação e formação de capital humano, com foco em ampliar empregos qualificados e dinamizar a economia regional.

Recaatingamento ganha centralidade e investimento inicial de R$ 100 milhões

Ao longo de dez dias de debates, o Nordeste elevou o bioma Caatinga ao centro da agenda global. A região destacou características decisivas: capacidade de captura de carbono superior à de muitas florestas úmidas, vasto potencial bioeconômico e um legado de saberes tradicionais essenciais para convivência com o semiárido.

O esforço de internacionalização resultou em um acordo concreto: uma parceria entre BNDES e Banco do Nordeste que garantirá investimento inicial de R$ 100 milhões, com possibilidade de alavancagem para R$ 200 milhões, para ações de preservação e recuperação do bioma.

Governadores firmam compromissos internacionais

Os governadores Paulo Dantas (AL), Jerônimo Rodrigues (BA), Elmano de Freitas (CE), Carlos Brandão (MA), Rafael Fonteles (PI) e as governadoras Fátima Bezerra (RN) e Raquel Lyra (PE), além de secretários dos nove estados, cumpriram intensa agenda na COP30, apresentando soluções para adaptação climática, proteção das populações vulneráveis e desenvolvimento inclusivo.

A região também firmou um Memorando de Entendimento com a Under2 Coalition, maior rede de governos subnacionais do mundo, ampliando cooperação técnica para avançar nas metas de neutralidade de carbono.

Além disso, assumiu compromissos alinhados ao Governo Federal, como a adesão ao Programa Cidades Verdes Resilientes e a elaboração da Estratégia Nordeste Oceano sem Plástico, reforçando que a liderança climática nordestina vai “do sertão ao mar”.

Articulação técnica e política de alto nível

O Espaço Brasil Nordeste (Zona Verde) e a Casa do Consórcio Nordeste (Zona Azul) sediaram mais de 50 atividades, reunindo governadores, pesquisadores, universidades, movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

Para o secretário-executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Gabas, a qualidade dos debates elevou o protagonismo da região no cenário climático.
“Mostramos ao mundo que temos governança, que nossas decisões são baseadas na ciência e que a construção de políticas públicas é feita de forma integrada, ouvindo a sociedade e apresentando soluções concretas para a crise climática”, afirmou.

Após a COP30, novos desdobramentos

Com alianças consolidadas, governança fortalecida e investimento assegurado, o Nordeste encerra sua participação na COP30 com novo impulso. O Plano Brasil Nordeste estabelece bases para a próxima década e os acordos firmados aceleram a transição para uma economia verde, inclusiva e competitiva .