Nova edição do Fórum do Movimento das Imagens na CAIXA Cultural – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Nova edição do Fórum do Movimento das Imagens na CAIXA Cultural

Revista algomais

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A CAIXA Cultural Recife apresenta de 27 a 29 de julho a segunda edição do Fórum do Movimento das Imagens, que abrange projeções cinematográficas livres e debates focados principalmente no cinema experimental e videoarte. Nesta edição, o foco está na reflexão ante às diversas conexões com o mundo e no valor da participação das mulheres, que sempre produziram imagem em movimento e narrativas de peso. São três mostras, uma por dia, exibindo estilos variados de projeção, com durações igualmente distintas. As apresentações começam às 18h30 e a distribuição de senhas será feita sempre uma hora antes de cada sessão. Além dos filmes haverá debates e mesa redonda.

Os programas Ao mundo, Desvio e Criar um corpo – são digressões na história da imagem em movimento e mostram um engajamento com as práticas desenvolvidas na arte contemporânea, tanto quanto com o cinema. As questões da realidade e do documento são examinadas, por isso a presença de filmes históricos (José Silvério Trevisan Barbara Hammer, Dora Maurer, Maria Klonaris e Katerina Thomadaki), ao lado das obras contemporâneas (Lincoln Péricles, Juliette Casella).

Este ano haverá debate com o realizador Edson Barrus e, na mesa redonda, estarão presentes o curador do Centro George Pompidou (Paris), Jean Michel Bouhours e a curadora Maria do Carmo Nino para interagir com o público e com o curador da mostra, e cineasta fundador da Light Cone, a mais importante cooperativa europeia de difusão do cinema experimental, Yann Beauvais.

Com realização do 3emeio Cultura em Movimento, esta nova edição enfatiza a força do trabalho das mulheres da América do Sul e Europa no campo da representação e exibe o trabalho das primeiras feministas, as gregas: Maria Klonaris & Katerina Thomadaki, na década de 70. Daí a enorme importância das mulheres artistas que sempre investiram na imagem em movimento, renovando nossa maneira de ver as formas e conteúdos.

Esta passeio através de uma história condensada nos permite descobrir obras desconhecidas e novas por três critérios de agrupamento que favorecem cada uma das modalidades expressivas e das atitudes sobre o real e suas representações.

PROGRAMAÇÃO:

Dia 27/07 (QUINTA)
Horário: 18:30

Ao Mundo

Edson Barrus : Formigas Urbanas 2002-04 14:00 BR
Louise Botkay : Vertières I, II, III 2014 09:36 BR
Barbara Hammer : Double Strenght 1978 16:00 US
Akram Zaatari : Tomorow Everything Will Be Alright. 2010 11:00 LE
Sylvie Blocher : Nanling 2005 55:00 FR

Debate: Yann Beauvais e Edson Barrus

Dia 28/07 (SEXTA)
Horário : 18:30H

Desvio

José Silvério Trevisan : Contestação 1969 10:00 BR
Ladislav Galeta : 2 Times in One Space 1976-84 10:00 CR
Cecile Fontaine : Japon series 1991 07:00 FR
Juliette Casella : Sarah 2017 05:51 FR
Lincoln Pericles : Filmes de Outros 2015 20:00 BR
Peggy Ahwesh : Beiruth Outtakes 2007 07:30 US
Carlos Adriano : Dance of Leitfosil 2014 05:00 BR
Abigail Child : Vis à Vis 2015 25:0 US
Rosângela Reno : Vera Cruz 2000 44:20 BR

Debate: Yann Beauvais

Dia 29/07 (SÁBADO)
Horário: 16:00H

Mesa Redonda

O curador do Fórum Yann Beauvais( FR ), o curador do Centro George Pompidou de Paris Jean Michel Bouhours( FR) e a curadora Maria do Carmo Nino (PE).

Horário:18:30H

Criar um corpo

Gunvor Nelson : My Name is Oona 1969 10:00 SU
Narcissa Hirsch : Come Out 1971 1:00 AR
Dóra Maurer : Idömérés 1973-80 10:00 HG
Pascal Auger : El Arte de la Siesta 2003 18:00 FR
Maria Klonaris & Katerina Thomadaki Double Labyrinthe 1979 50:00 FR/GR
Sinopses:
AO MUNDO

Edson Barrus : Formigas Urbanas 2002-04 14:00 BR
Vídeo feito a partir da varanda do meu apartamento com vista para as ruas do Rio de Janeiro, onde a reciclagem é uma forma de vida para alguns desabrigados. Essas pessoas são homens de tração. Para sobreviver eles carregam suas ferramentas. É o peso da vida. Da mesma forma, as formigas não param de transportar o que lhes permite sobreviver.

Louise Botkay : Vertières I, II, III 2014 09:36 BR
A batalha de Vertières foi a última antes da retirada do exército de Napoleão do Haiti, que se tornou a primeira nação independente da América Latina e do Caribe. Botkay apresenta três incursões fílmicas ao processo histórico, social e político haitiano. Explorando eixos como disciplina/controle, natureza/ternura e ruína/resistência, a obra investiga índices de domesticação e escravidão resultantes dos processos pós-coloniais que marcaram a história do país. Vertières é o nome do bairro na cidade de Cap-Haïtien onde, em 1803, ocorreu a grande batalha que culminou na expulsão do exército de Naploeão do Haiti, o primeiro país do mundo a conquistar sua independência frente às potências colonialistas.

Barbara Hammer : Double Strenght 1978 16:00 EUA
Os filmes de Hammer dos anos 70 são as primeiras obras feitas por um cineasta americano a explorar abertamente a identidade lésbica, desejo e sexualidade através de vanguardas estratégias. Fusionando a fisicalidade do corpo feminino com a do meio cinematográfico, os filmes de Hammer permanecem memoráveis pela articulação pioneira com uma estética lésbica.
Quatro estágios de uma relação lésbica explorada em um filme experimental estrelado por artistas de performance Terry Sendgraff e Barbara Hammer com trapézio e cordas suspensas.

Akram Zaatari : Tomorow Everything Will Be Alright. 2010 11:00 LE
Através de seu uso impactante das tecnologias de comunicação, gravação e escritura, o filme oscila entre o sonho, a escrita e a infinita necessidade de afeto. Um homenagem a Éric Rohmer e sua atenção magistral aos detalhes da vida cotidiana, este vídeo é uma representação impressionante de amor, perda e falta, através de trocas que ocorrem numa única noite.

Sylvie Blocher : Nanling 2005 55:00 FR
Fui convidado para a Bienal em Guangzhou por Evelyne Jouanno e Hou Hanru. Dei largas voltas em Guangzhou, pois, fui para as montanhas do sul da China. Um dia encontrei na rua uma mulher da aldeia que nunca tinha visto um estrangeiro. Ela começou a falar comigo, tocar minhas roupas e meu cabelo. Ofereci-me para filmá-la.

Antes da Bienal eu queria projetar o vídeo que realizei com os moradores no cinema. As autoridades locais desta bienal me convocaram para que eu trouxesse a mulher para saber se houve alguma forma de coerção. Sentindo o que estava acontecendo, ela me falou :” Mas você me prometeu mostrá-lo! Você me prometeu! “. Projetei o video inteiro. Toda aldeia estava lá.Eles trouxeram os lanches e as crianças correram para o corredor central.
A cada imagem, todos faziam comentários em voz alta. O ambiente era muito alegre, mesmo quando se tratava de historias terríveis do passado. Na sequência final, onde apareceu uma mulher, o silêncio caiu na sala. No dia seguinte eu recebi uma carta desta mulher traduzida assim: ”Eu passei a minha vida pensando que eu era inútil. É como se eu estivesse apenas de passagem neste mundo. Eu decidi sair, e finalmente deixar a aldeia.

DESVIO

José Trevisan : Contestação 1969 10:00 BR
Fiz, então, uma coisa que não era muito comum nesse período, e muita gente torceu o nariz para o que eu fiz – uma colagem de jornais de televisão da época. Pesquisei cenas de brigas entre polícia e estudantes no mundo inteiro – me lembro que tinha no Japão, na Indonésia, nos EUA, na França -, e fiz essa montagem. O que me agrada muito e me deixa muito orgulhoso de ter feito esse curta, é que não fiz um filme panfletário, porque eu era muito crítico.

Ivan Ladislav Galeta : Two times in One Space 1976-84 10:00 CR
Duas vezes em um espaço por Ivan Ladislav Galeta é baseado no filme de Nikola Stojanović ,Na cozinha. Galeta criou uma gravação de dois filmes em uma única projeção com um tempo de mudança de 9 segundos (1976). Em 1984, esse procedimento mudou sua tecnologia, pois foi feito no laboratório pela fusão de duas cópias com uma mudança de 216 frames por segundo.

Cécile Fontaine : Japon Series 1991 07:00 FR
Trabalho de cor após a separação e recomposição de diferentes camadas coloridas de um documentário (encontrado) sobre uma performance parisiense, de um grupo japonês de bailarinos, Butō.

Juliet Casella : Sarah 2017 05:51 FR
Como eu digo no “SARAH”, em que momento você caiu? Por quê? Não se pode nascer monstro, daí a extrema importância da evolução da criança. Meu trabalho gira muito em torno disso. Eu tento entender as peculiaridades de cada um – como alguém se torna violento por exemplo.

Lincoln Péricles : Filmes de Outros 2015 20:00 BR
Nos filmes dos outros, uma série de coisas contam, como por exemplo, a amizade que eu tenho com a pessoa, mas sem deixar de pensar criticamente o que está sendo feito. Analiso uma série de coisas, às vezes se percebo que o projeto é importante demais pra mina ou pro cara, tenho uma tendência a querer me apaixonar também, porque acredito que é daí onde as coisas mais interessantes saem, mesmo que sejam primeiríssimos filmes, que a pessoa não “saiba” mexer numa câmera, isso não importa muito, o que importa é o que é, naquela hora.

Peggy Ahwesh : Beirut Outtakes 2007 07:30 US
Composto inteiramente de restos de filmes recuperados de um cinema que fechou em Beirute, Beirut Outtakes é uma colagem de visões extraordinárias. Ed. Halter escreveu no Village Voice: “Outtakes parece ser um ready-made, embora feito sob medida para as obsessões de Ahwesh, preenchido com elementos de sua autoria: interferências luminosas altas e baixas, um cuidado com texturas deterioradas, um olhar curioso com a sexualidade explícita e um fascínio com imagens incomuns do Oriente Médio. Apenas uma seqüência de uma dançarina do ventre, com movimentos sinuosos, em uma propaganda de linguagem cinematográfica árabe, de aparelhos de ar condicionados domésticos, tem o poder de destruir mais estereótipos do que 500 Páginas” Falou Edward.

Carlos Adriano : Sem título # 1 Dance of Leitfossil 2014 05:00 BR
Da série “Para uma AutoCineBiografia (em Regresso)”. Musas da memória (mnemocyne). Ruínas, ruminações e reminiscências. Espectros e restos da imagem sobrevivente. O improvável duo de um fado para um saudoso convidado.

Abigail Child: Vis à Visv 2015 25:00 EUA
Inspirado pela Lullaby de Vertov a partir dos anos 30, bem como pelos retratos do teste de tela de 60 anos de Warhol e no Manual de Armas de Frampton do mesmo período – vis à vis é uma homenagem a esses passados divergentes: irônico, composto de outtakes, retratos em última instância de amigos e colegas . Também um testemunho de celulóide preto e branco de 16mm e diferentes sexualidades, seduções e encontros casuais.

Rosângela Rennó : Vera Cruz 2000 44:20 BR
Projeto experimental fundamentado na idéia da “impossibilidade” de um documentário sobre o descobrimento do Brasil. Baseado no conteúdo da famosa carta escrita por Pero Vaz de Caminha, “Vera Cruz” é a cópia em vídeo de um filme (im)possível. Da imagem que foi subtraída vemos apenas a “imagem da película”, desgastada pelos 500 anos de existência. O som foi também subtraído. O que restou do relato, portanto, assumiu a forma de texto-legenda.

Criar um corpo

Gunvor Nelson : My Name is Oona 1969 10:00 SU
Foi o avanço final de Nelson na cena de vanguarda de filme americano. O som é composto por sua filha Oona , repetindo os nomes dos dias da semana e de seu dizer « meu nome é Oona ». Com som de Steve Reich.

Narcisa Hirsch : Come Out 1971 11:00 AR
A música de Steve Reich, que dá nome ao filme, consiste em uma frase que vai se defasando eletronicamente. O filme começa com uma imagem desfocada, que muito lentamente entra em foco, enquanto o som realiza o movimento inverso.

Dóra Maurer 1973-80 : Idõmérés 10:00 HG
O tempo é medido dobrando um pedaço de linho branco em frente a um fundo negro. Dobrei completamente sete vezes, uma dobra por cima de cada vez, sempre começando de novo. As proporções do coágulo correspondem ao formato de triagem de um filme de 16mm; Seu comprimento é de meus dois braços abertos.

Pascal Auger : El Arte de la Siesta 2003 12:00 FR
Vagando com uma câmera no mundo celestial. Se existe um olhar, não é humano, nem mesmo uma visão subjetiva, mas é o olhar da câmera, seu olho mecânico. Em relação à questão da fragmentação, sim, do ponto de vista de uma narrativa que viria do exterior unificar essas imagens. Existe, de fato, fragmentação deste ponto de vista, mas em nome de uma unidade que seria interna para a imagem. Vincular entre elas as imagens com uma conexão interna, por átomos ligados, em vez de uma narrativa que os liga de fora, isso é um pouco da minha idéia.

Maria Klonaris & Katerina Thomadaki Double Labyrinthe 1979 50:00 FR/GR
Busca de identidade através de uma série de travestimentos que não aconteceram por o intermédio de trajes, mas pelos gestos, materiais e objetos. Teorema do travestir: sobrepondo outro comportamento do cotidiano, a esse que é socialmente definido, os indivíduos procuram as camadas mais íntimas da sua identidade. Neste sentido a sua relação com as materiais, os gestos e objetos funcionam como um investigador de atuação

Estudo intercorporal de duas partes, realizadas inteiramente por duas mulheres em busca de suas próprias estruturas mentais, sua própria poesia, sua própria língua. Uma filma a outra. Espaço interior de Katerina assumido por ela mesma e assistido / filmado por Maria. Espaço interior de Maria assumido por ela mesma e assistido/filmado por Katerina.

Serviço:
Fórum do Movimento das Imagens ano II
Local: CAIXA Cultural Recife
Endereço: Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE
Data: 27 a 29 de julho de 2017
Informações: (81) 3425-1915
Classificação indicativa: 18 anos
Ingresso: entrada gratuita com distribuição de senhas uma hora antes de cada sessão.

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