O desafio de viver em um tempo de incertezas

Qual o impacto das incertezas na nossa vida e na rotina das empresas? Conversamos com Fabiano de Abreu, que é PhD, neurocientista, mestre psicanalista e antropólogo, sobre o impacto da pandemia na saúde emocional das pessoas e sobre como atravessar esse período de maneira mais saudável. Ele considera que a pandemia trouxe algumas lições a serem consideradas aos profissionais e ao universo corporativo.

Quais as consequências que tantas incertezas trazem para as pessoas e para as empresas?

O maior problema é a ansiedade constante e potencializada, pois a ansiedade funciona como uma pendência. A incerteza revela uma pendência que aumenta a ansiedade conforme não é resolvida. Então recorre a amígdala cerebral que busca nas memórias negativas uma solução, levando a uma atmosfera negativa. Isso mexe com o emocional que interfere no desempenho. Sinto isso na minha empresa e nas empresas que trabalhamos.

Como conviver com essas incertezas? Há alguma maneira mais saudável?

Utilizando a inteligência emocional, organizando a vida. Organizando as metas, tentando manter uma rotina normal e buscando mais interação com familiares e amigos. Interação com a natureza, ter finais de semana de lazer, uma boa alimentação, exercícios físicos, menos rede social e mais livros.

Sempre tivemos uma percepção da importância do planejamento para a vida, carreira ou qualquer empreendimento. Que lições a pandemia deixa nesse aspecto? As pessoas e empresas tendem a planejar menos ou planejar a vida de forma diferente?

A pandemia nos deixa a lição de que a rotina tem que ser alterada, mesmo sem a pandemia. A neuroplasticidade cerebral é importante para a longevidade, para combater a morte neuronal e ela tem relação com a mudança da rotina. Ela acontece quando mudamos os hábitos e isso interfere no nosso humor, na anatomia do cérebro, evitando doenças da mente. Temos que nos adaptar às mudanças, reorganizarmos. Outra lição é de como a rede social nos faz mal, como dedicamos tanto tempo em algo que não nos traz retorno, com exceção de quem ganha dinheiro com ela, que é a minoria. As pessoas precisam ser mais organizadas mentalmente, organizar os pensamentos, as decisões, as metas. Devemos separar o joio do trigo, ou seja, o trabalho do lazer, mas não abdicar de nenhum deles. Ganhar dinheiro é bom, mas não levamos o dinheiro para o caixão. Devemos ter tempo para nós e para os nossos e a solidão é algo que não está em nosso código genético.

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