*por Andressa Peixoto
Num mundo tecnológico, onde a informação está a um clique, o papel da escola vai além de transmitir os conhecimentos básicos e despertar o interesse pelo saber. A educação moderna precisa promover, acima de tudo, o desenvolvimento cognitivo, a capacidade de raciocinar, de dominar conhecimentos e colocá-los em prática. Apenas 15% do sucesso profissional se deve à formação acadêmica, dependendo muito mais de habilidades cognitivas e socioemocionais, de acordo com o IBGE.
Em uma pesquisa com alguns pais da nossa escola, perguntamos o que eles queriam para os seus filhos. Para nossa surpresa, a maioria respondeu que queriam felicidade. Mas, como nós podemos criar crianças felizes? Com certeza a resposta é garantindo a eles as possibilidades e a capacidade de ser e fazer o que escolherem.
A escola tem importante papel na formação de crianças felizes. Mas, apesar da revolução educacional que temos vivido no mundo nos últimos anos apontar exatamente para uma educação com foco nas habilidades, como tem sido em países como a Finlândia e a Coréia do Sul, a educação no Brasil ainda continua focada no vestibular e em um ensino completamente conteudista.
O papel da escola deve ser preparar a criança para a vida, não para o vestibular - que é apenas uma etapa de tantas outras na trajetória profissional. Desenvolver traços de caráter e personalidade, e as chamadas habilidades do século 21, como raciocínio lógico, perseverança e autoconfiança é fundamental para formar seres humanos mais felizes.
Atividades além de português, matemática, ciências, geografia, história precisam estar inseridas nos currículos de nossas escolas. Precisamos investir em uma educação completa, que ultrapasse o conteúdo, que forme o indivíduo como um todo e garanta a ele as habilidades e os conhecimentos necessários para que, em um mundo de tantas possibilidades, ele possa escolher por qual caminho seguir.
Neste contexto, ser bilíngue abre as portas para o mundo, sendo, portanto, um ingrediente indispensável para uma educação de visão ampliada. A educação religiosa, dentro de uma perspectiva da ética cristã - ensinar à criança que existe um Deus acima de todas as coisas e a cultivar um relacionamento com Ele e com o próximo – também assume um papel importante na construção do caráter dos estudantes.
Atividades como robótica, educação financeira, artes, esportes, entre outros, complementam a grade curricular dentro desse desafio de proporcionar uma educação completa. Todos esses elementos juntos contribuem para que os alunos sejam adultos de sucesso, não apenas porque terão conhecimento para entrar em uma faculdade, mas, sobretudo, porque terão capacidade de escolher bem a sua profissão e seus relacionamentos.
*Andressa Peixoto é diretora da Eccoprime Bilingual School
Todas as segundas-feiras estamos publicando artigos sobre tendências da educação.
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