A revitalização do Corredor do Comércio do Recife foi o tema de capa da Revista Algomais da edição 181.3 (acesso exclusivo aos assinantes). Na reportagem destacamos quais os primeiros passos que foram dados para recuperar o principal corredor de lojas de rua da capital pernambucana e quais as apostas do poder público para qualificar essas vias que ainda atraem um significativo fluxo de consumidores.
Como esse conceito do Corredor do Comércio é mais conhecido pelos próprios lojistas, apresentamos hoje as principais características desse trajeto, sendo guiados pelo presidente do CDL, Frederico Leal.
O mapa abaixo ilustra todo o percurso.
Podemos considerar que o eixo principal do Corredor do Comércio do Recife é da Praça Maciel Pinheiro, na Boa Vista, até a Praça Dom Vital, em São José. Antes mesmo da Praça Maciel Pinheiro, três ruas já possuem uma forte vocação comercial: a Rua Manoel Borba (com várias óticas), a Rua do Aragão (com lojas de móveis novos) e a Rua da Conceição (móveis e eletrônicos usados).
A partir da praça, no entanto, estão as principais ruas comerciais desse centro urbano. Exclusivas de pedestres, a Rua Imperatriz Teresa Cristina e a Rua Nova, conectadas pela icônica Ponte da Boa Vista (Ponte de Ferro) são grandes corredores de consumidores diariamente. A pandemia, a crise econômica, a insegurança e a falta de uma maior conservação são alguns dos fatores que levaram vários pontos comerciais a serem fechados nos últimos anos.
Da Rua Nova, o Corredor do Comércio segue até a Praça da Independência (Pracinha do Diário), virando
à direita para a Rua Duque de Caxias, repleta de lojas populares de diversos segmentos.
O último trecho desse corredor é bifurcado. Após a travessia da Avenida Nossa Senhora do Carmo dois trajetos quase paralelos seguem até o Mercado de São José (pela Rua do Rangel) e até a Praça Dom Vital (pelo Pátio do Livramento e Rua da Penha).
Além desse tronco, há ainda infiltrações importantes como a Rua da Palma e a Rua das Calçadas, entre outras vias com vocação histórica para a atividade comercial.
"Com a pandemia, vivemos uma tendencia de shopping de rua, com mais atividades ao ar livre. Na revitalização do centro, além da questão comercial, temos a oportunidade de juntar moradia, cultura, religião e turismo", aponta Frederico Leal. Ele afirma que o CDL defende há cerca de 15 anos a recuperação das vias comerciais desses bairros centrais do Recife. "Se conseguirmos zeladoria, segurança, limpeza e revitalização comercial, voltarão as ocupações residenciais nos prédios que hoje estão esvaziados".
O presidente da CDL está otimista com a criação de um escritório para cuidar do centro do Recife e avalia também que a recuperação do Corredor do Comércio dialoga com outro grande projeto da cidade, o Parque Capibaribe. "Esse é um projeto fantástico para resgatar o rio, que é a matriz da existencia do Recife. A apoteose do Rio Capibaribe é o Centro e as suas pontes. O centro é onde nasceu a cidade, onde estão as suas referencias, que infelizmente estamos perdendo. É preciso ressaltar isso".
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