Gente & Negócios

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Rafael Dantas

“O setor de logística desponta como um elo entre as fábricas e os consumidores finais”

O setor de logística foi destaque da última matéria de capa da Revista Algomais. Um dos nossos entrevistados foi Paulo Alencar, que é doutorando em Engenharia de Produção, consultor e professor de logística na Unit-PE. Publicamos hoje a entrevista completa em que ele aponta as razões do setor estar em forte crescimento, mesmo em meio a um período de crises. Ele aposta num crescimento médio de 20% do e-commerce ancorado nos avanços tecnológicos e no maior acesso dos consumidores aos dispositivos digitais.

Quais os fatores que têm colocado o setor de logística como um dos mais promissores para crescer nos próximos anos?

Com o crescimento do consumo direto pelos clientes finais nas mais variadas formas, esta nova demanda impulsionou a necessidade mais latente de integrar os produtores aos consumidores finais em uma cadeia logística mais longa e desafiadora, a ponto de gerar um diferencial competitivo para atender estes clientes finais que são mais exigentes, conscientes e que têm mais pressa em receber os seus produtos. Ou seja, o setor de logística desponta como elo de ligação entre as fábricas e os consumidores finais em uma tendência de mercado que tende a ser constante hoje e nos próximos anos.

Nos últimos anos vimos muitas transformações nesse segmento, que impactaram fortemente a nossa forma de consumo e as oportunidades de negócios, com grande destaque para o avanço do e-commerce. Quais as principais transformações que os consumidores e empresas deverão observar nos próximos anos?

O e-commerce no Brasil cresce cerca de 20% ao ano nos últimos 10 anos, impulsionado principalmente pelo acesso maior das pessoas aos computadores e ao avanço da internet na maioria dos lares brasileiros. Neste sentido, os consumidores vêm aprendendo a utilizar as facilidades das compras remotas e as empresas por sua vez vêm desenvolvendo plataformas que atendam a este mercado. As empresas investem continuamente no desenvolvimento das facilidades e agilidades para garantir compras seguras e com entregas rápidas para estes consumidores finais, a ponto das lojas físicas encolherem gradativamente e tornarem-se verdadeiras vitrines com vendedores que se adaptaram para consultores de compras.

No campo tecnológico, da Logística 4.0, há muitas inovações em desenvolvimento? O que você destacaria? O uso de drones para entrega pode se tornar uma realidade?

Com o surgimento da Indústria 4.0 ou 4° Revolução Industrial no fim dos anos 90, além da do avanço da Globalização com decorrente crescimento do consumo remoto para os mais variados produtos e mercados, a logística desenvolveu uma sinergia entre tecnologia e velocidade de resposta para garantir a integração entre uma indústria mais mecanizada e com consumidores cada vez mais distantes e com demandas crescentes. Sendo assim, a Logística 4.0 nada mais é do que o incremento da tecnologia para facilitar as conexões transversais entre a indústria e os consumidores finais com o uso de softwares e modelos matemáticos para evitar gargalos operacionais e garantir satisfação dos consumidores. Do ponto de vista das inovações, podem-se destacar o uso de redes neurais nas Cadeias Logísticas, drones e Blockchain quem avançam na solução para tomada de decisão, entrega de pequenos volumes e mapeamento dos insumos, respectivamente.

Que oportunidades de trabalho se abrem nesse setor? Quais os principais contratantes?

As empresas perceberam que com as compras remotas, não precisão mais necessariamente de grandes lojas físicas e sim de estruturas avançadas ou CDs com softwares robustos e profissionais capacitados para recepção dos produtos dos fabricantes, separação e transporte para os locais de entrega definidos pelos consumidores. Ou seja, surgem oportunidade concretas de trabalho e emprego no setor que cresce como área de retaguarda entre os anseios dos consumidores e uma indústria em grande momento transformação. Os principais contratantes aqui podem ser definidos como as empresas do pequeno varejo, material de uso e consumo e fast food com entrega residencial.

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*Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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