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Reticências

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Manu Siqueira

O vídeo que mudou a minha vida

Por Manu Siqueira

Quem me acompanha por aqui já sabe que mudei de casa e de bairro há três meses. Casinha nova, hábitos novos, pensei. Ledo engano. A correria do dia a dia e as demandas intensas nem sempre permitem que mulheres frequentem, regularmente, uma academia de ginástica. Ainda mais, mulheres como meu tipo que é aquele que quando sente vontade de me exercitar, deita e espera a vontade passar. Não que eu seja uma preguiçosa profissional, mas também estou longe de ser uma atleta. Mas, acredite: não sou sedentária. Fiz dança popular na infância e na adolescência e retomei essa antiga paixão, em 2022, mas tive que parar devido a uma lesão no joelho. Depois que fui mãe, também fiz aulas regulares com uma personal trainer, em um grupo de mulheres, no antigo condomínio em que morava. Aulas sempre eram regadas a movimento e dança. E antes da pandemia, ainda frequentei uma academia, embora fosse apenas para as aulas de dança.

A minha relutância sempre foi com a tal da musculação. Ô prática insuportável. Como uma pessoa pode pagar caro para sofrer levantando peso? Nunca consegui entender essa lógica. Até que um dia, tudo mudou.

Primeiramente, me mudei para uma rua que tem uma academia a 100 metros de onde eu moro. Então, já não podia resmungar que era longe e que perderia tempo para me deslocar. No caminho para o supermercado, a gente sempre flertava. Eu olhava para a academia e dizia: será que um dia eu vou conseguir ter prazer fazendo musculação? Nas caminhadas, e até nas poucas corridinhas que arrisquei, a tal da endorfina nunca me visitou. Ficava esperando o frenesi que todo mundo sentia e…nada. Isso me desestimulava demais.

Pois bem, uma noite, zapeando o Instagram, me deparei com um vídeo da jornalista e influencer Viviane Rolemberg. Viviane, aos prantos, com roupa de ginástica e uma toalhinha na nuca, destilava toda angústia e raiva que estavam também dentro dela e, de alguma forma, também dentro de mim. Choramos juntas. Ela falava no vídeo que toda a sua família era sedentária e que ela é a primeira mulher a romper esse padrão. Mas não é fácil, sabemos. É sofrido, é dolorido, é um processo, às vezes, bastante lento. E o nosso objetivo era o mesmo: não perder a autonomia durante a velhice. Nunca pensei em me exercitar para ter a barriga estilo tanquinho, e sim, para poder respirar e dormir melhor, sentindo menos dores no corpo.

Ao contrário da família de Vivi, minha mãe sempre se exercitou. E sempre admirei isso nela. Sempre pensei: “sou das artes, fiz teatro, fiz curso de expressão corporal, nunca vou gostar de musculação”. Isso é verdade. Talvez eu nunca consiga gostar de levantar peso, mas, aos 47 anos, entendi que, se quero chegar aos 80 sem precisar usar cadeira de rodas ou muletas, eu vou precisar fortalecer os meus músculos. Não há escapatória. É isso ou isso.

Ainda não consigo frequentar regularmente a academia, mas já dei o primeiro passo: eu me matriculei e estou frequentando uma aula de dança semanal. Depois sigo para a musculação e tento alternar os dias em que pego no pesado. Em uma hora e meia, eu consigo avisar ao meu corpo que ele não está mais morto, e sim, segue vivíssimo e pronto para novas aventuras.

Quando eu não consigo ir à academia, tento pegar meia hora livre para me alongar, dançar ou “mexer o esqueleto” de alguma forma. Trabalhar escrevendo em frente a um computador o dia inteiro, como é o meu caso, pode trazer sequelas imensas para a coluna, pés, pernas, braços e ombros. Por isso, eu convido você a ler essas palavras com carinho, assim como eu assisti ao vídeo da Vivi. Reflita e veja o que você pode mudar agora. Precisamos plantar bem para termos uma colheita farta. Quem sabe eu não me transforme naquelas mulheres 60+ que escalam montanhas ou pedalam com vigor e paixão pela vida? Acho que, no final das contas, é isso. Se exercitar é manter viva a paixão pela vida. Vamos juntas?

Ah! E para quem teve curiosidade, o vídeo da Viviane Rolemberg está disponível no Instagram: @reviravivi

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