Com pandemia, registros de óbitos aumentam 19,3% em Pernambuco em 2020 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Com pandemia, registros de óbitos aumentam 19,3% em Pernambuco em 2020

Do IBGE

Pernambuco registrou um aumento de 19,3% no número de óbitos em 2020, de acordo com as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas pelo IBGE. Ao todo, foram contabilizadas 74.746 mortes no ano passado, 12.090 a mais do que em 2019, demonstrando o impacto da pandemia de Covid-19 no estado. De 2018 para 2019, a variação de óbitos havia sido de 3,9%. O levantamento apresenta dados dos registros de nascimentos, casamentos e óbitos informados por cartórios. Já os dados sobre divórcios judiciais e extrajudiciais serão divulgados posteriormente.

Esta foi a maior quantidade de óbitos em um ano já registrada na série histórica do levantamento, iniciada em 1984. Também é o 11º maior percentual entre todos os estados e o terceiro maior do Nordeste, atrás do Maranhão e do Ceará. O aumento em Pernambuco é superior, ainda, ao registrado no Brasil, que viu os óbitos aumentarem 14,9% em 2020.

Em 2020, 66.466 dos óbitos (88,4%) foram naturais, classificação que inclui mortes decorrentes de doenças, como a Covid-19, e 5.351 (7,12%) foram não naturais. Além destes, 2.929 (3,9%) foram de natureza ignorada. O mês em que mais óbitos ocorreram foi maio, com 9.486 ocorrências, o equivalente a 12,7% de todas as mortes ocorridas no ano. Junho ficou em segundo lugar com o maior registro de mortes: 6.852, ou 9,17% do total para o ano. Estes dois meses também tiveram o maior número de mortes desde o início da série histórica do Registro Civil.

Por sexo, 54,8% das mortes em 2020 ocorreram entre homens e 45,1%, em mulheres. Por idade, a única faixa etária na qual a mortalidade diminuiu engloba a população de 0 a 14 anos, com queda de 8,7% frente a 2019. Entre a população de 15 a 59 anos, houve um aumento de 17,9%, o equivalente a 3.294 óbitos a mais, em 2020, e, entre os idosos de 60 anos ou mais, a alta foi ainda maior, de 21,2%, ou 8.928 mortes a mais. Entre 2018 e 2019, o aumento havia sido de 6,8% para a faixa etária mais alta.

No Recife, a variação nos óbitos em 2020 foi de 33,8%, ainda maior do que o percentual observado no estado. No total, 3.899 pessoas morreram a mais na cidade no ano passado em comparação a 2019. Este também foi o sexto maior aumento entre todas as capitais pesquisadas. Enquanto houve uma queda de 3,9% nos óbitos de 0 a 14 anos no Recife na comparação com 2019, as mortes entre a população de 15 a 59 anos subiram 28,9%, e as mortes entre a população de 60 anos ou mais aumentaram 37,3%.

Taxa de sobremortalidade masculina em Pernambuco é superior à média nacional

O levantamento mostrou também o percentual de registros de óbitos por causas externas, motivadas por ocorrências como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos e quedas acidentais. Houve 39.219 mortes masculinas em 2020 no estado e destas, 4.730 mortes, ou 12%, foram ocasionadas por causas não naturais.

A taxa de sobremortalidade masculina por causas não-naturais entre os homens de 20 a 24 anos, período no qual mais óbitos costumam ocorrer, foi de 16,6 em Pernambuco. Isso significa que, no estado, um homem dessa faixa etária tinha, aproximadamente, 16,6 vezes mais chance de morrer do que uma mulher. Esse resultado é superior à média nacional, de 9,6 vezes. Se forem consideradas apenas as mortes naturais neste intervalo etário, a taxa cai, em Pernambuco, para 1,8.

Ao se considerar os óbitos masculinos por causas não-naturais desde a adolescência, na faixa etária entre 15 e 24 anos, as Estatísticas do Registro Civil mostram que, em PE, 74,2% das mortes de homens jovens, quase três quartos do total, é ocasionada por causas não-naturais. É o sexto maior percentual do país, inferior somente ao da Bahia, Rio Grande do Sul, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará. Este percentual também está acima da média nacional, de 65,2%.

Casamentos civis têm queda de aproximadamente 33% em 2020

A pandemia também afetou duramente o número de casamentos civis registrados no estado em 2020. No ano passado, houve 33.814 uniões do tipo em Pernambuco, 32,9% a menos em comparação a 2019. O mês com a queda mais drástica no número de casamentos foi abril, com 704 uniões, 78,5% a menos do que o mesmo período do ano anterior. Por outro lado, a maior quantidade de matrimônios foi realizada em dezembro, com 6.467 cerimônias civis. No Brasil, a redução no número de casamentos foi menos intensa, de 26,1%.

Os casamentos homoafetivos acompanharam a tendência de retração, passando de 341 em 2019 para 238 em 2020, uma redução de 30,2%. No ano passado, foram realizados 166 casamentos civis entre mulheres em 35 cidades pernambucanas; já os 72 casamentos computados pelas Estatísticas de Registro Civil nos quais os dois cônjuges eram homens ocorreram em 18 municípios.

De acordo com as Estatísticas do Registro Civil, a taxa de nupcialidade legal, que demonstra a relação entre o número de casamentos registrados em cartório e o total da população de 15 anos ou mais, também caiu. Em 2020, de cada mil pessoas em idade de casar, 4,5 oficializaram a união perante a lei, número igual à média brasileira. Em 2019, essa proporção era de 6,8 por mil, superior à média nacional. Ainda assim, a taxa de nupcialidade legal em Pernambuco manteve-se como a maior do Nordeste no biênio 2019-2020.

Nascimentos caíram 5% em Pernambuco no ano passado

Em 2020, 127.512 registros de nascimentos foram efetuados em cartórios em Pernambuco. Desse total, 124.656 se referem a crianças nascidas no ano passado e 2.856, aproximadamente 2,2% do total, são de pessoas nascidas em anos anteriores ou com o ano de nascimento ignorado. Pernambuco, sozinho, foi responsável por 4,6% de todos os nascimentos brasileiros registrados em 2020.

Na comparação com o ano anterior, houve uma queda de 5% no número de registros de nascimentos ocorridos em 2020. Essa porcentagem está próxima à queda da natalidade a nível nacional, que foi de 5,5%. Julho teve 12.192 registros de nascimento, o maior número de todos os meses do ano e aproximadamente 9,8% do total, ao passo que fevereiro teve a menor quantidade de registros de nascimento: 9.226, ou 7,4% do total.

Já a estimativa mais recente do sub-registro de nascimentos no estado, ou seja, quando uma criança não é registrada no mesmo ano em que nasce ou até o primeiro trimestre do ano seguinte, foi de 3% no estado, acima da média nacional, de 2,1%, e da média nordestina (2,5%). Os números são referentes ao ano de 2019.

Quando se considera a idade da mãe na ocasião do parto, 25,4% das mulheres que deram à luz em Pernambuco em 2020 tinham de 20 a 24 anos, faixa etária que tradicionalmente é responsável pelo maior percentual, seguido pelas mães de 25 a 29 anos (23,4%), de 30 a 34 anos (19,1%), 15 a 19 anos (14,8%), 35 a 39 anos (10,8%), sendo o restante composto por mães acima dos 40 anos.

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