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“Organismo” ganha primeira sessão no Recife durante o Janela Internacional do Cinema

Revista algomais

A experiência pessoal do cineasta Jeorge Pereira, 41 anos, baiano radicado em Pernambuco há 22 anos, norteia “Organismo” (“Organism”), seu primeiro longa-metragem, que ganha projeção - inédita em Pernambuco - esta terça-feira (07), às 18h15, Cinema do Museu, no ciclo de sessões especiais do X Janela Internacional do Cinema do Recife, seguida de debate com o realizador. Em outubro passado, o filme estreou na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Mostra SP).

Inspirado em fatos reais, o longa de ficção expõe o drama de Diego, um jovem tetraplégico vivido pelo ator brasiliense Rômulo Braga (melhor ator no Festival de Brasília em 2016 e melhor ator coadjuvante no Festival do Rio em 2014), que reflete sobre a vida após se ver sozinho diante da morte abrupta da mãe. Por meio de uma narrativa de fluxo temporal, pontuada por passagens da infância, relações amorosas, com a namorada Helena (Bianca Joy Porte), e conflitos pessoais, “Organismo” revela a busca de Diego em seu passado por novos alicerces para aceitação do novo corpo.

Agenda TGI

“O ponto de partida de ‘Organismo’ é a minha experiência de vida. Já atuei em projetos em direção de arte e roteiro no cinema, além de dar aulas. Por cinco anos, a convite de um amigo suíço, trabalhei em uma instituição em Porto de Galinhas, a ONG Rodas da Liberdade. E pude conhecer casos de recém-lesionados na região medular e a forma como lidavam com o corpo nessa situação, daí surgiu a ideia do filme”, explica Jeorge Pereira, cadeirante após contrair poliomielite a 1 ano de vida.

Com fotografia de Breno Cesar e Marcelo Lordello, “Organismo” reflete, a partir das limitações de Diego, questões como machismo, potência, corpo, família, sexualidade e solidão numa perspectiva existencial, lidando não apenas com dramas voltados a condições de pessoas com deficiência física ou mental.

“As implicações físicas, o processo de adequação à nova condição, mas principalmente as culturas de gênero e do corpo são os maiores desafios de alguém que antes andava com as próprias pernas. Existe uma cortina de fumaça repleta de mitos sobre a sexualidade de um/uma cadeirante. O filme tenta sensibilizar as pessoas sobre questões universais, não apenas para quem está numa cadeira de rodas”, comenta Jeorge.

“Organismo” é a primeira obra com produção e distribuição conjuntas pela Inquieta Cinema Cultura e Comunicação, das produtoras Mariana Jacob e Fernanda Cordel. Aprovado em editais do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA/Ancine), por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), e também do Funcultura/Governo do Estado de Pernambuco, o longa tem direção e roteiro por Jeorge Pereira, com revisão de roteiro pelo cineasta Leo Falcão.

Sobre Jeorge Pereira

Formado em Cinema de Animação pela Aeso, em Olinda (PE), Jeorge Pereira é roteirista e diretor. Há aproximadamente dez anos, dedica-se à arte audiovisual, seja na construção da imagem (storyboards, animações em 3D, etc.) ou na concepção criacional de um filme, escrevendo roteiros e delimitando perfis de personagens.

Foi através da escrita que Jeorge adentrou no mundo das artes. Publicou o livro intitulado “Letagonia” (2002), pela editora Elógica. Em seguida, migrou para o mundo audiovisual. Atualmente escreve roteiros e dirige (para diversos gêneros e formatos) e no último ano tem se dedicado à ficção e mostra-se como uma nova promessa do cinema pernambucano.

Desde a sua estreia no audiovisual, Jeorge Pereira tem participado de comissões julgadoras de festivais de cinema tais como o prestigiado Janela Internacional de Cinema (Recife), Festcine (Recife) Festival Taquary (PE).

SERVIÇO:

Organismo
(Brasil, Ficção, 90 min, 2017)
Dirigido por Jeorge Pereira

X Janela Internacional de Cinema do Recife:
07 de novembro (terça) | Cinema do Museu | 18h15 + debate com o realizador

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