Os Segredos Do Sucesso Do Pólo De TI De Santa Catarina - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
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Rafael Dantas

Os segredos do sucesso do pólo de TI de Santa Catarina

No Nordeste, o Recife desponta como o principal polo de inovação e tecnologia em diversos estudos e indicadores. No cenário nacional, o destaque é por São Paulo, que concentra a maior parte dos investimentos e das oportunidades do setor. Porém, um destino já tradicional e sólido – com experiências de algumas décadas – está crescendo acima da média nacional: Santa Catarina, com maior ênfase à cidade de Florianópoles.

A cidade recebeu no final do mês passado o Startup Summit, um do principais eventos de inovação do País, que tem a promoção da Acate (Associação Catarinense de Tecnologia) e do Sebrae Startups. Vários dados anunciados no encontro, que reuniu centenas de startups, revelam quanto esse pólo é robusto e promissor.

Florianópolis se destaca como a capital brasileira com maior peso do setor de tecnologia no PIB municipal, ficando atrás apenas de Barueri (SP). Com 25% do PIB provenientes da tecnologia — comparado aos 27,2% de Barueri —, a cidade combina crescimento econômico sustentável com inovação. Em 2023, o faturamento do setor atingiu R$ 12 bilhões, figurando entre os dez maiores do país, e registrou expansão de 23,4% desde 2018, segundo dados da Rede de Inovação de Florianópolis e da ACATE. A capital é a sede de 6,1 mil empresas de tecnologia, que geram aproximadamente 38 mil empregos. Esse volume representa 45% de todos os postos de trabalho em tecnologia em Santa Catarina – que possui pólos importantes também de TI no interior.

Santa Catarina se consolidou em 2024 como o quinto maior polo de tecnologia do Brasil, segundo o Observatório ACATE 2025. O setor faturou R$ 42,5 bilhões, alta de 11% sobre o ano anterior — bem acima da média nacional (7,7%) — e já representa 7,75% do PIB estadual. Nos últimos cinco anos, o segmento cresceu mais de 40%, reforçando o estado como referência em inovação no país.

Já o volume de empregos no Estado passa dos 100,4 mil postos, ficando atrás apenas de São Paulo e de Minas Gerais. Apesar de números robustos, a expectativa no cenário do emprego é de ampliação de mais 40% nos próximos 5 anos. Neste cenário, a Acate estima atingir 10% do PIB estadual, com faturamento de R$ 68, bilhões.

Diego presidente acate 2

“A gente cresceu bem acima da média geral, fazendo com que a gente passasse do sexto para o quinto faturamento do Brasil, passando do Rio Grande do Sul. Isso é representativo, porque estamos falando de forma absoluta. Nosso Estado é pequeno, tem apenas 1,1% do território e 3,4% da população brasileira. Sermos o quinto maior polo de faturamento é bem representativo”, destacou o presidente da Acate, Diego Ramos.

Descentralização tecnológica fortalece Santa Catarina

Além da capital, municípios como Joinville, Blumenau, Itajaí e Criciúma registraram aumentos expressivos na arrecadação de ISS proveniente do setor de tecnologia, variando entre 56% e 1.025% nos últimos cinco anos. O crescimento evidencia a expansão econômica sustentável e o fortalecimento do setor de inovação em todas as regiões do estado. Essa experiência é um bom horizonte para a experiência pernambucana, que apesar da concentração no Recife tem feito esforços em direção aos municípios de Caruaru e Petrolina.

startup summit 2025

Florianópolis lidera densidade de startups no Brasil

Com o título oficial de Capital Nacional das Startups, Florianópolis concentra mais de 40% das startups de Santa Catarina e registra uma densidade até dez vezes maior do que São Paulo, segundo dados da AbStartups. Entre 2022 e o primeiro semestre de 2024, 31 novas startups receberam investimentos de venture capital, consolidando a cidade como polo emergente de inovação na América Latina.

Empresas catarinenses ampliam conexões globais

Empresas como a WTM, com sede em Balneário Camboriú, e a multinacional italiana Zucchetti têm investido na internacionalização de soluções tecnológicas, fortalecendo a presença de Santa Catarina em mercados globais. Esses movimentos refletem o dinamismo do ecossistema local e a abertura para negócios internacionais em áreas como varejo, automação, serviços digitais e inovação.

Forte programa de incubação é um dos “segredos” do pólo

A Rede MIDIHUB, parceria entre ACATE e Sebrae Startups, já apoiou mais de 100 empresas desde 2020, gerando R$ 78 milhões em faturamento e captando R$ 27 milhões em investimentos. O modelo de incubação multipremiado fortalece o ecossistema de inovação catarinense e projeta o estado como referência nacional no desenvolvimento de startups.

De acordo com dados da associação, os programas de formação de talentos já impactaram também mais de 55 mil pessoas. As iniciativas nessa direção ampliam a atração de profissionais para o setor, que abre a cada ano novas oportunidades.

Desde 2020 para cá, nós duplicamos o número de empresas de tecnologia. Isso é muito relevante. Estamos crescendo não apenas em faturamento, mas no número de empresas, o que torna sustentável esse crescimento”, ressaltou a vice-presidente de relacionamento da Acate, Betina Giehl Zanetti Ramos

Inovação aberta e ponte com o setor público conecta grandes empresas e startups

Programas como o LinkLab (iniciativa de fmento à inovação aberta da Acate) e a Rede INOVAGOV/SC (que atua no setor público, levando soluções inovadoras aos órgãos do Estado) promovem integração entre startups e grandes corporações ou órgãos públicos, como Floripa Airport, Grupo Pereira, Tribunal de Justiça e Ministério Público de SC. A iniciativa otimiza processos institucionais e fomenta negócios, consolidando o polo.

Corporates de SC recebem aportes milionários

As corporates catarinenses seguem atraindo atenção de investidores e reforçando o protagonismo de Santa Catarina no cenário nacional de inovação. Em 2025, três associadas da ACATE — Indicium, Paytrack e ASAAS — receberam aportes que variaram de R$ 40 milhões a R$ 240 milhões. A Indicium, referência em soluções de dados e inteligência artificial, prepara expansão internacional; a Paytrack, focada em gestão de despesas corporativas e cartões, amplia presença no mercado nacional; e a ASAAS, especializada em gestão financeira e meios de pagamento, aposta no crescimento junto a pequenas e médias empresas. Os investimentos confirmam a maturidade do ecossistema de tecnologia do estado e reforçam SC como um dos principais hubs de inovação do país, ao lado de São Paulo e Minas Gerais.

Unidade do mercado e com a universidade na prática

Um programa forte de incubação, a atração de investimentos e a força de tração de grandes empresas ajuda a explicar o sucesso da maioria dos polos de tecnologia que cresceram. Dois ingredientes adicionais entram nessa conta: a parceria com a universidade local – a maioria dos membros das startups locais e mesmo de grandes empresas passaram pela Universidade Federal de Santa Catarina – e uma sinergia de apoio criado pelo ecossistema local para que o setor siga crescendo, com o nascimento e crescimento de novos players.

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