O Indicador de Confiança da Micro e Pequena Empresa (MPE) atingiu 53,2 pontos em fevereiro, ligeiramente abaixo dos 54,6 pontos em janeiro, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Pela quinta vez consecutiva, o resultado ficou acima dos 50 pontos, indicando que o clima de otimismo prevalece entre os entrevistados. Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.
“O ligeiro otimismo dos últimos meses é compatível com o cenário mais benigno traçado para a economia neste ano. Se confirmadas as expectativas ao longo de 2018, a confiança poderá consolidar-se acima do nível neutro, quem sabe encorajando os micro e pequenos empresários a investirem e, por consequência, iniciando um ciclo virtuoso para a economia”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos varejistas e empresários de serviços sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.
Indicador de Condições Gerais avança de 35,2 para 40,7 pontos em um ano
O Indicador de Condições Gerais subiu de 35,2 pontos em fevereiro de 2017 para 40,7 pontos em fevereiro de 2018. O índice abaixo do nível neutro de 50 pontos mostra que os empresários ainda não enxergam os últimos seis meses de forma favorável, embora o crescimento do índice aponte uma interrupção na trajetória de piora.
Na abertura do indicador, tanto a avaliação regressa de seus negócios quanto da economia, apresentaram melhora na variação anual. No primeiro caso, passou de 32,2 pontos para 37,1 pontos na escala. Já para o desempenho recente da economia, a evolução positiva foi de 38,2 pontos para 44,3 pontos.
Em termos percentuais, 53% dos micro e pequenos empresários sondados consideram que as condições da economia brasileira pioraram nos últimos seis meses. Apesar de elevado, o número alcançou 60% em fevereiro de 2017. Já a proporção dos que notaram melhora da economia marcou 22% em fevereiro.
Com relação à avaliação do desempenho dos negócios: em um ano, o percentual dos que notam melhora do próprio negócio passou de 17% para 25%; já o percentual dos que notam piora passou de 49%, em fevereiro de 2017, para 39% em fevereiro de 2018.
61% dos MPEs estão otimistas com o futuro de seus negócios
O Indicador de Expectativas, que serve de parâmetro para avaliar o que os empresários aguardam para o futuro, ficou em 62,5 pontos em fevereiro de 2018. De acordo com o levantamento, 46% dos micro e pequenos empresários estão em algum grau confiantes com o futuro da economia do país contra 21% de pessimistas. Quando essa análise se restringe à realidade da sua própria empresa, o índice cresce e atinge 61% dos empresários otimistas contra um percentual de 10% que manifestaram pessimismo com o futuro de seus negócios.
Apesar da confiança dos empresários no desempenho da economia, na maior parte dos casos, os entrevistados não sabem explicar as razões: 45% desses empresários admitiram não saber o porquê de seu otimismo, apenas acreditam que coisas boas devem acontecer. A mesma razão é citada por 32% dos micro e pequenos empresários que estão otimistas com seus negócios.
Entre os que estão otimistas com a economia, há também 32% que já notam a melhora de alguns indicadores econômicos e 15% que o País tem um amplo mercado consumidor. Já entre os que imaginam que suas empresas terão um horizonte positivo nos próximos seis meses, 31% confiam na boa gestão que fazem do negócio, medida que os fazem se distanciar dos efeitos da crise, na opinião desses entrevistados e 29% estão fazendo investimentos na sua empresa.
Em sentido oposto, entre os pessimistas com a economia, a questão política também ganha protagonismo, revelando que a incerteza no campo político afeta as perspectivas econômicas de 55% dos desses entrevistados. Dentre os pessimistas com o próprio negócio, 48% afirmam que o volume de vendas está baixo e 30% consideram difícil empreender no Brasil.
Apesar da avaliação ainda negativa dos últimos meses, a maior parte classifica o desempenho das vendas em janeiro como regular (39%) ou bom (38%). Para 22%, porém, o desempenho foi tido por ruim. Cerca de 34% dizem ter atrasado ao menos uma das despesas fixas. Entre os que atrasaram, 48% mencionam a conta de energia.
Outro dado investigado pelo levantamento foi o faturamento das empresas. A maior parte (47%) dos micro e pequenos empresários acredita que o faturamento poderá crescer nos próximos seis meses. Outros 43% acham que ele não se alterará ao longo do primeiro semestre do ano, contra apenas 6% dos que esperam queda das receitas.