Com o alastramento da epidemia no Estado, as clínicas fisioterápicas já passam a ter um fluxo maior de pessoas com chikungunya em busca de tratamento. De acordo com a professora da UFPE Maria das Graças Paiva, os pacientes têm procurado cada vez mais cedo a Clínica Escola de Fisioterapia da universidade. “Normalmente temos recebido pacientes adultos, idosos e jovens que foram cometidos pela doença com queixa de dor articular e fraqueza muscular, mas que se estende pelos membros. Não há ainda esclarecimentos sobre as sequelas da chikungunya, mas há indicações que a sua evolução pode comprometer algumas articulações”, afirma.
As regiões mais atingidas são nas mãos, joelhos, ombros, cotovelos, punho e tornozelos. “As principais queixas dos pacientes que têm procurado o tratamento fisioterápico são edema na mão e nos dedos, impossibilitando-os de fecharem as mãos. Muitos reclamam até de dificuldades de levantar pela manhã, fraqueza e até fibrilação nas perdas”, informa a professora.
Ela lembra que a princípio apenas pacientes na fase crônica procuravam esse tipo de tratamento, mas ultimamente mesmo aqueles que ainda estão na fase subaguda já estão nos consultórios fisioterápicos. “Essa antecipação facilita muito a vida desses pacientes. Quando mais tempo você adia o tratamento, mais lenta será essa recuperação”, alerta Maria das Graças.
A aposentada Fátima Lopes, 61 anos, foi acometida pela chikungunya no mês de fevereiro. Como as dores não passaram e se tornavam mais intensas, sob orientação médica ela procurou a fisioterapia. “Estou em tratamento fisioterápico desde março. Os remédios não davam conta das dores, principalmente no braço e joelho. O desconforto aliviou bastante e já consigo fazer alguns movimentos que não estava mais conseguindo, como levantar o braço”, afirma. Fátima encerrará o tratamento neste mês, quando completará 10 sessões. A fisioterapeuta Natácia Carlos, da Unityclin Fisioterapia e Pilates, foi a responsável pelo tratamento com a aposentada.
(Rafael Dantas)