A pandemia do novo coronavírus afetou, e muito, a situação dos contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Já que, os impactos sofridos pela redução de renda durante esse período, ocasionados pelos cortes nos postos de trabalho, resultaram numa espera maior pelo processo de aposentadoria.
A rigidez das novas normas previdenciárias também restringiu o acesso a essa aposentadoria. Com a mudança de regras, o segurado precisará de, no mínimo, 180 contribuições mensais (15 anos de contribuição) para ter o benefício. Isso mostra que, até os idosos que já atingiram a idade mínima necessária, deverão aguardar esse tempo de carência para se aposentar.
Atrelado a tudo isso, a expectativa de vida dos idosos durante a pandemia caiu muito. Segundo dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com as universidades americanas de Princeton, Harvard e Universidade do Sul da Califórnia, a taxa de sobrevida das pessoas de 65 anos, recuou cerca de 1,6% em 2020.
De acordo com o advogado e especialista em direito previdenciário, Elizeu Leite, essa junção de fatores (pandemia + reforma + expectativa de vida em queda) resultaram em uma maior dificuldade para obter a tão sonhada aposentadoria. “O novo tempo de contribuição com pedágio, por exemplo, onde o trabalhador tem que exercer sua função por um tempo maior, aliado ao desemprego e a situação econômica do país, também afetaram diretamente”, explicou.
Segundo Leite, a mudança no tempo de contribuição foi o fator crucial para um maior impacto dentro de uma economia que já está abalada em situação de uma emergência sanitária sem precedentes. “A aposentadoria se torna mais distante, principalmente, por conta desses dois fatores: a mudança de regra e a atividade econômica em baixa, que levou a inúmeras demissões no país em virtude da pandemia de covid-19”.