Participação de mulheres na área de tecnologia fortalece o setor – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Participação de mulheres na área de tecnologia fortalece o setor

Aos 14 anos, Raissa Silva sonhava em se tornar professora. Dez anos depois, agora seu maior desejo é criar softwares que colaborem com o dia a dia de todos. A mudança radical de perspectiva tem explicação: a jovem foi incentivada durante o curso de Farmácia a desbravar o mercado da tecnologia. Atualmente, Raissa é aluna do Programa de Extensão Tecnológica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) de Pernambuco, que tem como empresa parceira a D2Win, startup embarcada no Porto Digital e especializada em gêmeos digitais, otimização de processos com uso de inteligência artificial e automação de processos corporativos. No mês de março, em que celebramos o Dia da Mulher, Raissa e mais mulheres são exemplos de como a diversidade e a inclusão são importantes para fortalecer o setor da tecnologia.

A equidade de gênero no mercado da tecnologia é uma uma luta diária das mulheres, e Raissa sabe bem disso. A jovem se mostra disposta a enfrentar a realidade e fazer nome no mercado. “É necessário mais incentivo para crianças e adolescentes, porque somos influenciadas pelo que assistimos. Quando eu era criança, não sentia vontade de trabalhar na área de tecnologia, porque nos filmes eu sempre via homens nessas funções e nunca as mulheres”, conta Raissa.

A vocação de Raissa pela tecnologia surgiu durante um estágio extracurricular do curso de Farmácia, no ano final da graduação. A jovem, moradora de Caruaru, no Agreste, percebeu na Secretaria de Saúde do município a necessidade de algumas automações de processos. Foi quando começou a acompanhar os colegas de trabalho do setor de TI em busca aprimorar relatórios, dados e planilhas. “A partir daí comecei a pesquisar e descobri o universo incrível que é a tecnologia”, lembra ela, acrescentando que, assim que concluiu o curso de Farmácia, ingressou na graduação em Sistemas de Informação na Universidade de Pernambuco.

Para Raissa, a representatividade feminina em espaços até então ocupados por homens é o estímulo que muitas outras mulheres precisam para ingressar no setor. “O mais importante é que mulheres e meninas percebam que elas podem ocupar esse espaço. Parece pouco, mas o simples fato de você ver uma mulher ocupando uma determinada posição te faz perceber que você também pode estar lá. Acredito que um ótimo caminho é trabalhar aos poucos para conseguir mudar o estereótipo que existe do profissional da tecnologia como um homem, branco, que usa óculos e é antissocial”, diz ela. E acrescenta: “As empresas devem divulgar as mulheres que existem em suas equipes, as áreas em que elas trabalham, projetos que elas realizam, cargos que exercem, mostrar para o mundo que nós estamos ocupando esses lugares, que nós estamos presentes”.

Experiência prévia – As mulheres ainda enfrentam uma série de barreiras e obstáculos para ascender aos níveis mais altos da carreira. Diante desse cenário, há empresas que oferecem ao público feminino a oportunidade de ter experiência profissional antes mesmo de se formarem para entrar no mercado tecnológico. Foi o que aconteceu com a estudante de Engenharia da Produção Maria Valéria Carvalho, de 20 anos. Aluna da Universidade Federal do Vale do São Francisco, Maria também participou do Programa de Extensão Tecnológica e curso preparatório oferecido pela startup Di2Win. Com desempenho em destaque, a estudante conquistou uma vaga de estágio na empresa e usa essa oportunidade para obter experiência antes da conclusão da graduação e entrar para o mercado de trabalho.

“Vivemos uma luta ativa e urgente pela equidade de gênero no setor tecnológico. É muito importante que a sociedade, as agências de fomentos, as empresas e os sistemas educacionais de tecnologia se mobilizem para favorecer a ascensão de nós mulheres por meio de atividades afirmativas para que possam galgar espaços de destaque”, conta Maria Valéria. Na startup, a estudante atua no ponte entre a equipe de produto e a de comercial, acompanhando o desenvolvimento dos produtos. “Assim como o período de imersão, a experiência de estagiar na Di2win tem sido incrível, eu trabalho na área de Marketing e Vendas e como a cultura da Di2win é de colaboração, todas as áreas mantêm uma interconectividade e consigo ver um pouco sobre cada uma, o que colabora ainda mais com o meu desenvolvimento profissional”, complementa.

Incentivo à liderança feminina
A presença de mulheres na tecnologia mostra que o cenário da desigualdade vem mudando, ainda que lentamente. É também notável o aumento do número de mulheres presentes em cursos e também já formadas nessa área, além daquelas que atuam em cases de sucesso, que se tornaram essenciais para reforçar questões como igualdade de gênero e quebra de paradigmas.

A Di2win, startup embarcada no Porto Digital, com ampla experiência em automação de processos, inteligência artificial e digital twins, tem como missão transformar o mundo com tecnologia, eficiência e simplicidade. E quando se trata de transformação a empresa também muda vidas apoiando projetos importantes de incentivo à presença feminina no mercado.

“Estudantes pernambucanas do interior, que estudam na área de tecnologia e cursos como Sistemas para Informação, Engenharia de Produção e Engenharia da Computação, têm a possibilidade de serem inseridas em bolsas de extensão, estágios e, posteriormente, contratos na empresa. As iniciativas para a promoção de cursos de capacitação tem o intuito de potencializar a vivência do trabalho ainda na universidade”, explica Rômulo Andrade, Diretor de Produto da Di2Win e coordenador do Programa de Extensão Tecnológica na empresa.

Para Rômulo, a igualdade, o respeito e a integração são valores presentes na startup . “Os resultados das nossas iniciativas são motivadores e hoje temos mulheres em cargos de Desenvolvedoras de Software, e funções ligadas à Inteligência Artificial e Automação de Processos”, completa Rômulo, destacando também e o time de comercial da é Di2Win liderado por uma mulher e composto majoritariamente por mulheres. “As empresas precisam se abrir a essa nova realidade, com possibilidades mais igualitárias, tanto no incentivo à formação quanto na promoção em cargos de liderança”.

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