O vandalismo nos mercados públicos do Recife consome, anualmente, mais de R$ 350 mil dos cofres públicos. Recursos que poderiam ser investidos em melhorias e que acabam sendo destinados à constante recuperação de danos. Para enfrentar o vandalismo e tentar virar esse jogo, a Prefeitura do Recife, através da Csurb – Autarquia de Serviços Urbanos da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, lançou nesta quinta-feira (28), no Mercado da Encruzilhada, a campanha educativa Mercado, eu curto, eu cuido.
A campanha está sendo iniciada pelos mercados que já passaram por algum tipo de reestruturação e que, mesmo assim, não escaparam de atos de depredação. O ponto de partida foi o Mercado da Encruzilhada, que será seguido depois pelos Mercados de Casa Amarela (com reforma prevista para ser concluída em dezembro), Madalena, Boa Vista, São José e Cordeiro, sendo estendida aos demais na sequência.
Não por acaso, o Mercado da Encruzilhada foi o ponto de partida. Os banheiros, que recentemente foram completamente reformados em parceira com a iniciativa privada, já tiveram pias e bacias sanitárias danificadas. O equipamento amanheceu com uma série de mensagens para estimular usuários e permissionários a entrarem nessa boa onda de cuidar do patrimônio público.
O slogan da campanha, Mercado, eu curto, eu cuido, e suas variações estarão adesivados em mesas, banheiros e corredores, em um chamamento para que todos participem deste esforço de combate ao vandalismo. Nos boxes dos permissionários, foram afixados adesivos feitos especialmente para gerar engajamento: “Mercado, eu curto, eu cuido. Também tô nessa”. As letras coloridas em todos os adesivos simbolizam a grande diversidade presente nos mercados públicos da cidade.
Os banheiros femininos e, sobretudo, os masculinos, tiveram atenção especial, com vários adesivos, lembrando que, apesar de obvio, é constantemente ignorado: lugar de lixo é na lixeira.
A presidente da CSURB, Berenice Andrade Lima, acredita que a campanha deverá impactar positivamente o público frequentador dos mercados. “A gente precisa enfrentar esse problema, que é muito antigo e persistente, apostando na educação contra o vandalismo, porque, infelizmente, o entendimento de muita gente em relação ao patrimônio público é de que se trata de algo que não tem dono. Isso precisa mudar”, destaca, ressaltando que o patrimônio público é de todos, é nosso, e, portanto, cada um pode dar uma importantíssima contribuição para preservar e cuidar dele como se fosse a própria a casa”.
Berenice informa que essa mensagem e a relação que o recifense tem culturalmente com os mercados públicos, de proximidade, é explorado no jingle, que diz no refrão que “quem é do Recife sabe, mercado é massa”, é cheio de serviços, tem uma gastronomia diversificada e, por isso mesmo, tem que ser curtido e também cuidado. “Vamos combater a falta de educação com criatividade, bom humor, com a participação de quem curte mercado e, tenho certeza, que, no final, vai ser sucesso. O desafio está lançado”.