Setor foi impulsionado pelo Comércio, mas Indústria e Infraestrutura enfrentam desafios. Foto: Freepik
As pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras registraram um crescimento de 4,5% em 2024, superando a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que avançou 3,5% no mesmo período, segundo dados do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O desempenho do setor foi impulsionado, sobretudo, pelo Comércio, que teve alta de 8,1% no ano. No entanto, para 2025, a expectativa é de um avanço mais moderado, estimado em 2,4%, diante de desafios macroeconômicos e maior incerteza no cenário doméstico.
O Comércio se destacou como o principal motor do crescimento das PMEs, refletindo a recuperação do consumo interno. O setor atacadista registrou alta de 9%, enquanto o varejo cresceu 6,4%, com destaque para segmentos como alimentos, bebidas e produtos de higiene. Já o setor de Serviços avançou 2,5% no ano, embora tenha mostrado sinais de desaceleração no último trimestre (+1,2%). Atividades como transporte, armazenagem, saúde e seguros estiveram entre as que mais cresceram.
Por outro lado, a Indústria apresentou um crescimento mais tímido, de 2,2% no acumulado do ano, com desaceleração no segundo semestre. O setor de Infraestrutura também teve um desempenho modesto, com alta de apenas 0,8% em 2024, influenciado pelo impacto das taxas de juros elevadas sobre a construção civil. “Se por um lado, as eleições municipais dinamizaram algumas atividades, por outro, o custo do crédito restringiu investimentos, especialmente na construção”, explica Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.
Para 2025, a tendência é de crescimento mais moderado, impulsionado pela sustentação da renda das famílias e pela estabilidade do mercado de trabalho, que mantém o desemprego em torno de 6%. No entanto, o aumento das expectativas inflacionárias e a possibilidade de ajustes na taxa de juros podem frear o consumo e os investimentos, impactando principalmente setores dependentes de crédito, como a Indústria e a construção civil. Além disso, fatores externos, como a evolução política e econômica dos Estados Unidos e tensões geopolíticas, podem influenciar a trajetória da economia brasileira ao longo do ano.