Pequeno Encontro de Fotografia terá edição virtual em 2020 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Pequeno Encontro de Fotografia terá edição virtual em 2020

Rafael Dantas

Após cinco edições ocupando ruas, praças e diversos espaços culturais no Sítio Histórico de Olinda, o Pequeno Encontro de Fotografia terá uma edição virtual em 2020, realizada de 31 de agosto a 4 de setembro, com o tema A Insustentável Leveza da Fotografia. A mudança ocorre para que palestras, oficinas, leituras de portfólio, exposições, projeções e o Espaço do Livro possam continuar reunindo fotógrafos, pesquisadores, curadores e outros interessados na fotografia, mesmo com as medidas de isolamento social necessárias para o enfrentamento da Covid-19. As atividades ganharão páginas específicas no site do evento.

A pandemia também está relacionada a outra mudança na realização do festival este ano. Com as alternativas de financiamento direto suspensas, os idealizadores do evento, Eduardo Queiroga, Maria Chaves e Mateus Sá, lançaram uma campanha de financiamento coletivo. A primeira meta já foi alcançada, cobrindo os custos básicos, mas a campanha Pequeno em Casa 2020 continua aberta, para que seja possível ampliar ações sociais, remunerar a equipe com valores simbólicos e melhorar o cachê dos convidados.

Agenda TGI

Ao falar sobre o processo de escolha do tema que norteia esta edição do festival, os idealizadores do Pequeno Encontro de Fotografia avaliam: “O mundo já estava ruindo, com dificuldade de se sustentar em pé, quando seus habitantes foram tomados por um estado de suspensão. A pandemia do coronavírus aumentou os contrastes, impôs à nossa visão contornos mais nítidos de desigualdades que já sofríamos e nos convidou à reflexão”.

“Como a imagem tem sido utilizada para escancarar a vulnerabilidade humana, sustentar sobrevivências e inspirar a construção de novos mundos possíveis?” e “Como a imagem tem atravessado a nossa existência a ponto de tornar-se essencial para expressar a situação de toda a sociedade?” foram algumas das perguntas que surgiram durante as reuniões virtuais feitas pelo trio e que devem se desdobrar em vários outros questionamentos durante as atividades propostas para este ano.

PALESTRAS

Entre elas estão as palestras, que compõem a programação noturna do evento. A primeira delas é realizada na terça-feira (1/9), com o fotógrafo Pio Figueiroa (PE). Na quarta-feira (2/9), é a vez do fotógrafo Joelington Rios (MA). A terceira palestra é a da fotógrafa Cristina De Middel (Espanha), na quinta-feira (3/9).

PROJEÇÕES E EXPOSIÇÕES

Antes de todas as palestras, e da live de encerramento marcada para a sexta-feira (4/9), serão exibidos trabalhos selecionados por meio da Convocatória para Projeções. As pessoas ou grupos podem escrever imagens fotográficas, ensaios completos, obras em processo, performances e vídeos. A temática é livre, mas os realizadores gostariam que houvesse um diálogo com o tema desta edição.

Até 20 trabalhos serão selecionados neste ano para as exibições. Já pela Convocatória para Exposições serão escolhidos até 12 trabalhos para serem mostrados virtualmente, até o dia 30 de setembro, no site do evento.

As duas convocatórias estão com inscrições abertas até o dia 17 de agosto. Os dois formulários estão disponíveis no site do evento, junto com os detalhes técnicos para envio do material. Cada participante, individual ou coletivo, pode submeter apenas uma proposta para cada categoria.

OFICINAS E LEITURAS DE PORTFÓLIO

O fotógrafo e professor Mariano Klautau (PA) e a curadora Rosely Nakagawa (SP) fazem as leituras de portfólio nesta edição do Pequeno.

Já as oficinas deste ano serão ministradas pela artista visual Letícia Lampert (RS) e o fotógrafo Miguel Chikaoka (SP). Os temas são, respectivamente, Fotografia nas Artes Visuais: Práticas Contemporâneas (com vagas esgotadas) e Minilab Fototaxia: em busca do elo perdido.

Estas atividades tiveram acesso gratuito nas edições anteriores do festival, com parcerias que envolviam ONGs, escolas públicas e associações. Em 2020, os realizadores do Pequeno sentiram a necessidade de reservar parte das vagas das oficinas e leituras de portfólio para serem oferecidas como recompensas da campanha de financiamento coletivo. Quem contribuir vai garantir bolsas para estudantes selecionados junto a projetos socioculturais.

PROGRAMAÇÃO

SEGUNDA-FEIRA (31/8)

19h30
Projeções + Espaço do Livro

TERÇA-FEIRA (1/9)

9h às 12h
Leituras de portfólio
Com Mariano Klautau (PA) ou Rosely Nakagawa (SP)

Bio: Mariano Klautau é artista, pesquisador em arte e fotografia, professor e curador independente. Doutor em Artes Visuais pela ECA/USP e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP. Professor da Universidade da Amazônia – UNAMA, Belém. Curador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, em Belém e da mostra Antilogias: o fotográfico na Pinacoteca, em São Paulo, onde foi consultor de fotografia nos anos de 2016 e 2017. Como artista participou das mostras: Viagem à Aurora de Um Novo Mundo – Galeria b_arco – SP (2020), Triangular: arte deste século - Projeto Aquisições Recentes - Casa Niemeyer – Brasília – DF (2019/2020), Feito poeira ao vento – Fotografia na Coleção MAR – RJ (2017/2018), Cidades invisíveis – MASP – SP (2014), Finisterra (individual) – Fauna Galeria – SP (2010) e Fotoclub – Montevideo – Uruguay (2009), Bienal del Fin Del Mundo - Ushuaia – Argentina (2007), Desindentidad – IVAM -Valência – Espanha (2006), IX Bienal de Havana (2006) entre outras. Possui obras nos acervos: Museu de Arte Moderna - MAM de São Paulo, Museu de Fotografia de Curitiba, Coleção Joaquim Paiva – RJ, Coleção Pirelli/MASP – SP, MAR – Museu de Arte do Rio – RJ, entre outros.

Bio Rosely: Rosely Nakagawa nasceu em 1954 em São Paulo, Brasil onde vive e trabalha. É graduada em Arquitetura pela FAUUSP em 1977. Fez especialização em Museologia pela USP em 1978/80 e em Comunicação e Semiótica pela PUC_SP em 2005. Como curadora, atuou como:
Curadora e gestora Cultural do Armazém Cultural 11 Santos SP desde 2015; Coordenadora de projetos de fotografia FUJIFILM 2013; Curadora da FNAC Brasil desde 2004; Curadora da Casa da Fotografia FUJI 1994 a 2013; Curadora e Festival de mídia eletrônica VideoBrasil 1982 a 2002; Curadora do Espaço SENAC Escola de Comunicações e Artes 1994 a 1998; Curadora e Coordenadora Geral de Projetos do Núcleo Amigos da Fotografia NAFOTO de 1990 a 1997 , no qual realizou o I , II e III Mês Internacional de Fotografia e Seminário Internacional da Fotografia (93, 95, 97 respectivamente); Curadora do Espaço Cultural CITIBANK de 1987 a 1991; Curadora e Coordenadora da galeria FOTOPTICA 1979/1986. Organização de exposições recentes, curadoria independente: 2020, Abertura da Biblioteca Estadual do Ceará com a mostra LEITURA E LIBERDADE; 2019, Fernando Lemos Mais a Mais ou Menos Galeria 111 Lisboa e SESC Bom Retiro SP; 2019, Sobre a Cor de sua Pele_ Festival SOLAR de Fotografia Fortaleza MCC Dragão do Mar; 2018, Tarefas Infinitas – quando a arte e o livro se ilimitam_ Co Curadoria com Paulo Pires do Vale e Beatriz Matuck SESC CPF; 2017, Carlos Moreira Os dias Lindos Armazém Cultural 11 Santos; 2016, Retrato Popular, coletiva de fotografia vernacular_SESC Belenzinho; 2015, Rubens Matuck , Tudo é semente_ mostra e publicação Ediçoes SESC; 2013, Carlos Moreira – São Paulo, Publicação e mostra no SESC Bom Retiro; 2012, Paisagem Interior – Fotopinturas de Julio Santos – Pinacoteca do Estado de São Paulo; 2012, Extremes – Europalia BOSAR Bruxelas Coletiva de Fotografia Brasileria. Edição de livros: Editora de Imagem e diretora de arte do livro PENITENTES Guy Veloso (Rumos Itaú Cultural e Tempo d’Imagem), Editora e autora do livro Rubens Matuck Tudo é Semente (Edições SESC 2014/2018), Habitants – Marco Antonio Robert Alves (2016), Edu Mello Fotografias (2015), São Paulo - Carlos Moreira (2013, em processo de finalização), OPARA_Onde nasce o São Francisco (2013 fotografias da Serra da Canastra de Marco Antonio Robert Alves), CUBA_ Du Ribeiro (2013), Paraisópolis – Renata Castello Branco (2012). Festivais: Colaboradora do Festival SOLAR Fortaleza 2018/2020, Colaboradora do Festival Paraty em Foco desde 2000, Colaboradora do Foto em Pauta Tiradentes desde 2010, Participante do FOTOPOA Porto Alegre RS; FOTOFEST _ Houston / Texas, USA; Fotoseptiembre DF/Mexico; Festival Arles; Arles França Festival CDF Montevideo/ Uruguai.

19h30
Projeções + Palestra
Com Pio Figueiroa (PE)

Bio: Pio Figueiroa é fotógrafo e diretor de filmes. Iniciou sua carreira no fotojornalismo, no Recife, cidade onde nasceu. No campo da arte, seus trabalhos integraram mostras importantes, como VER DO MEIO – Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2015); CARNAVAL, no Wexner Center (Ohio, EUA, 2014); MARCHA, no Masp (São Paulo, 2013); Agora, no Museu Berardo (Lisboa, 2012). Sua pesquisa se pauta por uma estratégia com um forte traço do repertório adquirido no fotojornalismo, e que se expressa no campo artístico. Sua atuação, principalmente como fundador do coletivo Cia de Foto (2003/2013), serviu de parâmetro para uma grande revisão que foi feita na fotografia brasileira. Estudou filosofia na Universidade de São Paulo. É parte do time de diretores da Produtora de Audiovisual Piolot atua em projetos audiovisuais de entretenimento e de comunicação com marcas, fazendo da sua experiência na arte e no jornalismo uma assinatura estética que preza pela qualidade da informação sem abrir mão de uma fotografia poética.

QUARTA-FEIRA (2/9)

9h às 12h
Leituras de portfólio
Com Mariano Klautau (PA) ou Rosely Nakagawa (SP)

19h30
Projeções + Palestra
Com Joelington Rios (MA)

Bio: Nascido no quilombo Jamary dosPretos, em Turiaçu (MA), Joelington Rios é quilombola e artista visual formadopela Escola de Fotografia Documental e Comunicação Crítica - EFOCO. Atualmente, ele trabalha e mora no Rio deJaneiro. Ele combina diferentes técnicase práticas artísticas, misturando fotografia, vídeo, performance, arte sonora ecolagem. Sua pesquisa tem como objetivorevelar outras corporalidades, criar significado, ressignificar memórias eelaborar outras formas de existência.

QUINTA-FEIRA (3/9)

9h às 12h
Oficina Minilab Fototaxia: Em busca do elo perdido
Com Miguel Chikaoka

Sinopse: A proposta deste laboratório é compartilhar experiências de abordagem pedagógica do que constitui a gênese do processo fotográfico. Uma incursão no universo da luz, para experimentar o que dela flui. Uma oportunidade para articular e tecer conhecimentos nas práticas educativas.

Bio: Nascido em Registro (SP), 1950. Fotógrafo e educador, Miguel Chikaoka vive em Belém desde 1980, onde iniciou colaborando com o o Jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), a Agencia F4 (SP) e o Jornal Movimento (SP). Nos anos 1990, integrou a equipe editorial das revistas Cuíra, da Unipop (Universidade Popular) e GIBI da Agência Emaús (PA). Em 1991, une-se a 4 fotógrafos independentes para criar a Agência Kamara Ko Fotografias de onde surge a Kamara Ko Galeria, responsável atualmente pela gestão e preservação do que produziu ao longo da sua carreira. Ainda nos anos 1980, iniciou um movimento em torno da prática, reflexão e difusão do fazer fotográfico que resulta na criação da Fotoativa, cuja atuação é reconhecida como marco para o desenvolvimento da cultura fotográfica na região amazônica. Em 2012, recebeu o Prêmio Brasil de Fotografia e a Comenda da Ordem do Mérito Cultural – MinC por sua contribuição à cultura brasileira. Em 2015 foi agraciado com o Prêmio Marcantonio Vilaça/Minc/Funarte. Dedica-se atualmente à pesquisa e experimentação de percursos educativos pautados numa abordagem transdisciplinar do que constitui a gênese das imagens. Possui obras nos acervos de museus e instituições como o Museu de Arte de São Paulo, MASP (SP), Museu da Fotografia (PR), Museu da Fotografia de Fortaleza; Museu de Arte Contemporânea Casa das Onze Janelas (PA), Museu de Arte Moderna – MAM (SP), Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR (RJ), Museu da OEA (EUA), Museu da Universidade Federal do Pará – MUFPA (Belém) e Coleção Prêmio Brasil de Fotografia (SP).

14h às 17h
Oficina Fotografia nas artes visuais: Práticas contemporâneas
Com Letícia Lampert

Sinopse: Com o objetivo de identificar e debater práticas recorrentes e questões conceituais que permeiam projetos que utilizam a fotografia no campo das Artes Visuais, a proposta desta oficina é oferecer aos participantes oportunidade de ampliar seu repertório e desenvolver um olhar crítico sobre a produção atual, contribuindo assim para o desenvolvimento conceitual de seus próprios projetos. O workshop é voltado tanto para fotógrafos, profissionais e amadores, que buscam se familiarizar com o campo das Artes Visuais, quanto para artistas e estudantes que tem na fotografia seu principal meio de trabalho.

Bio: Com formação em Artes Visuais, Design e mestrado em Poéticas Visuais, Letícia Lampert vem desenvolvendo sua produção principalmente através da fotografia. Tem como eixo principal de pesquisa a investigação sobre as formas de compreender a paisagem, especialmente urbana, e as relações, mediadas pela arquitetura, que estabelecemos com as cidades. Teve seu trabalho destacado em salões e prêmios tais como o Prêmio Pierre Verger de Fotografia (2013), o III Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea (2013), o Prêmio de Fotografia Chico Albuquerque (2019), entre outros. Em 2018, participou da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, da Bienal de Fotografia de Beijing, na China. Participou de residências artísticas no Brasil e no exterior tais como The Swatch Art Peace Hotel (2015), em Xangai – China, Residência FAAP (2017), em São Paulo e Pier 2 (2018), em Kaohsiung – Taiwan. Publicou até o momento 3 livros: Escala de Cor das Coisas (2009), Chai (2016) e Conhecidos de Vista (2018).

19h30
Projeções + Palestra
Com Cristina de Middel (Espanha)

Bio: Fotógrafa espanhola cujo trabalho investiga a ambígua relação entre fotografia e verdade.Combinando abordagens documentais e conceituais, seu trabalho joga com a reconstrução de arquétipos e estereótipos que ajudam a embaçar a divisão entre a realidade e a ficção. Após dez anos trabalhando na imprensa e como fotógrafa humanitária, Cristina de Middel se afastou da perspectiva documental, criou e lançou The Afronauts. Essa série narrava as façanhas do programa espacial zambiano de 1964 através de encenações que reconstituíam feitos, usando deliberadamente narrativas obscuras. Desde 2012, Cristina tem produzido continuamente novos trabalhos que se concentram em redefinir a ideia do documental e em completar a limitada descrição do mundo que os meios de comunicação massivos nos oferecem. O trabalho dela nos mostra que, na hora de entender o mundo em que vivemos a ficção pode servir de ferramenta fotográfica tanto quanto a linguagem documental, promovendo assim uma visão mais crítica por parte do público. Com mais de 12 livros publicados, Cristina tem exposto amplamente seu trabalho e sido premiada ou finalista em numerosas premiações, como o PhotoFolioArles 2012, o Deutsche Börse Prize e o Infinity Award do International Center of Photography of New York. Em 2017, Cristina ganhou o Premio Nacional d e Fotografía em España e foi nomeada membro da Agência Magnum. Ela vive e trabalha entre o Brasil e México.

SEXTA-FEIRA (4/9)

9h às 12h
Oficina Minilab Fototaxia: Em busca do elo perdido
Com Miguel Chikaoka

14h às 17h
Oficina Fotografia nas artes visuais: Práticas contemporâneas
Com Letícia Lampert

19h30
Projeções + Live de encerramento

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