Os gastos com medicamentos representam 48,6% da fatia do orçamento que as famílias brasileiras destinam à saúde. Diferentemente do que ocorre com outros tipos de despesas, esta não pode ser simplesmente cortada da lista de compras por estar relacionada a itens de primeira necessidade. Mas isso não significa que não se possa economizar. Para tanto, o consumidor precisa estar disposto a pesquisar. Uma análise realizada pela Revista Algomais revelou variações significativas nos preços dos remédios e que somadas podem fazer a diferença no bolso do consumidor.
Com duas listas de medicamentos distintas, a comparação foi realizada em quatro das grandes redes farmacêuticas: Drogasil, Drogaria São Paulo, Big Ben e Pague Menos (Veja tabela). Como amostragem, foram selecionados 18 remédios e duas filiais de cada grupo, sendo uma na Zona Sul e outra na Zona Norte. O resultado: variações de custo que impressionam. Na Zona Norte, o preço que teve a maior oscilação foi o do Zetsim, custando R$ 18, 87 a mais em dois dos estabelecimentos. Em Boa Viagem, o Centrum CDP 30 foi o campeão na diferença de valores. Na Drogasil, o complexo vitamínico era comercializado por R$ 49,89, já na Big Ben, por R$ 33,99. Uma economia de mais de 30%.
A pesquisa também mostrou uma radiografia diferente nas duas regiões do Recife. Enquanto nas drogarias da Zona Sul, os preços não se repetiram, nos estabelecimentos da Zona Norte, é possível notar um tabelamento dos preços. O Alpaghan Z 5 ml é um exemplo disso. Em três dos quatros estabelecimentos pesquisados, o colírio é vendido exatamente pelo mesmo valor (R$ 40, 05). No entanto, na hora de fechar a conta é possível notar a diferença. Os dados coletados mostram que houve uma redução de mais de R$ 70 na hora de pagar a lista de medicamentos da Zona Norte. Tal diferença foi garantida pela filial da Big Ben, que saiu na frente na disputa pelo menor preço. À Drogaria São Paulo, coube a última posição no ranking. Na Zona Sul, a economia foi menor, mas, mesmo assim, foi possível poupar mais de R$ 30. A Big Ben novamente teve o melhor custo-benefício, mas, desta vez, o título de mais cara ficou com a Drogaria São Paulo.
Os resultados, no entanto, não garante que esse cenário seja encontrado em todas as unidades de cada uma dessas redes. Uma pesquisa realizada pelo Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-PE) revelou, inclusive, que em lojas de um mesmo grupo, localizadas até no mesmo bairro, os preços podem apresentar variação. Tal situação foi constatada, por exemplo, com o Maleato de Enalapril. A droga foi encontrada com valores distintos em duas unidades da Big Ben localizadas em Casa Caiada, em Olinda. Em uma delas, a caixa custava R$ 12 a mais.
A fiscalização dos preços dos medicamentos começou a ser realizada pelo Procon em julho e já ocorreu em dois municípios: Recife e Olinda. A pesquisa mostrou que os genéricos são os que têm maior variação, chegando a 397%. Esse foi o percentual da diferença de preço observado na venda do Captopril. A droga foi encontrada por R$ 24, 85 e R$ 5.
A tabela com todos os itens pesquisados fica disponível no site do www.procon.pe.gov.br. “O segredo para o consumidor conseguir o menor preço é pesquisar. Essa tabela, que nós colocamos à disposição dele, é um instrumento fundamental para que se possa ter uma referência de preços”, coloca o gerente geral do órgão, Erivaldo Coutinho.