Ações durante a temporada de chuvas unem capacidade de operação, inclusão social e regeneração natural em biomas
Plantar florestas é mais do que recuperar a natureza – é valorizar tradições locais, reescrever histórias e criar oportunidades para o futuro. Essa é a missão do Programa de Restauração Florestal do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), composto por uma série de ações ambientais realizadas durante a temporada de chuvas, que segue até fevereiro, em biomas como a Caatinga e a Mata Atlântica do sudeste do país. O trabalho abrangerá uma região de 212 hectares entre 2024 e 2025, envolvendo uma extensa equipe técnica de campo distribuída por diferentes núcleos.
Mais do que devolver o verde às paisagens, a restauração florestal utiliza o período de chuvas, ideal para o plantio em larga escala, como oportunidade para recuperar áreas degradadas diminuindo a necessidade de irrigação, restaurando a biodiversidade e os serviços ambientais perdidos, como a proteção do solo, o armazenamento de carbono e a criação de habitats para espécies nativas. São ações pensadas para enfrentar mudanças climáticas e promover qualidade de vida às comunidades locais.
Impacto nacional e restauração em escala
Na Chapada do Araripe (PE, PI e CE), o projeto prevê a recuperação de 500 hectares com o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa, abrangendo 33 municípios da região. Na ação deste ano, 115 hectares serão restaurados nesta temporada. Já em Presidente Epitácio, no Oeste Paulista, uma ação pioneira empregará 3,9 toneladas de sementes de mais de 50 espécies para restaurar 43 hectares. As iniciativas também incluem os municípios de Pinheiros (ES), Lajes (RN) e Belo Jardim (PE), consolidando um esforço nacional de regeneração ambiental.
A capacidade de conduzir processos de restauração em larga escala e em diversos lugares, expertise que o Cepan desenvolveu ao longo de mais de duas décadas de atuação, é fruto do envolvimento de atores na cadeia de produção. Esse trabalho envolve, desde a mobilização, treinamento e remuneração de pessoas. São priorizadas pessoas em condição de fragilidade socioeconômica
Inclusão e desenvolvimento local
O projeto, ainda, tem como pilar a inclusão social. Em várias localidades, as equipes de plantio são compostas majoritariamente por mulheres, ampliando sua presença no mercado de trabalho e fortalecendo a igualdade de gênero. “Priorizamos o desenvolvimento da cadeia produtiva da restauração nos locais onde atuamos. Isso envolve mobilizar, treinar e remunerar pessoas em situação de vulnerabilidade, o que fortalece tanto o projeto quanto às comunidades”, explica Joaquim Freitas, Coordenador Geral do Cepan.
Economia sustentável
Além do impacto positivo no meio ambiente, a restauração florestal movimenta a economia da região. Agricultores familiares e coletivos indígenas têm papel importante no fornecimento de mudas e sementes, gerando renda e valorizando saberes tradicionais.
Com um olhar que abrange o presente e o futuro, o programa promove melhorias em diferentes prazos: a produção de insumos necessários para o plantio, como mudas e sementes, gera renda imediata, enquanto as áreas restauradas garantem frutos e sementes que podem ser consumidos e comercializados pelas comunidades a longo prazo. “Esse tipo de iniciativa também estimula novas ações por outras instituições, criando um efeito multiplicador positivo”, pontua Joaquim.
Seja parte da mudança
Estados, municípios e instituições privadas interessados em apoiar ou replicar ações de restauração podem entrar em contato pelo e-mail cepan@cepan.org.br, ou preencher o formulário do Programa de Restauração Florestal.