Intrinsecamente relacionados ao aquecimento global, as inundações, ressacas, deslizamentos, pandemias e doenças virais, são eventos cada vez mais recorrentes. Apontada pelo Painel de Mudanças Climáticas Brasileiro (PBMC, 2014) como a 16ª cidade do mundo mais vulnerável às mudanças do clima, Recife ganhará nestas eleições, uma plataforma para formular soluções para problemas socioambientais. Intitulada Política Pelo Clima, a ferramenta colaborativa será lançada hoje (21), em uma reunião virtual, às 17h, via Youtube do Sinspire Hub e Zoom.
O projeto tem como objetivo acompanhar a implementação de políticas públicas que reduzam os índices de pobreza e desigualdade da capital pernambucana, que podem ficar ainda mais críticos se não forem considerados os riscos climáticos que, além de gerar prejuízos estruturais (destruição de infraestrutura urbana e patrimônios públicos e privados), trazem impactos devastadores sobre os mais pobres.
O Política Pelo Clima é uma plataforma suprapartidária para a construção transparente de compromissos, indicadores e monitoramento público de políticas municipais socioecológicas. O movimento visa despolarizar o ambiente político, agregar ideias e unir esforços, formulando soluções para atenuar as mudanças climáticas, fortalecer a resiliência socioambiental urbana, desenvolver uma economia limpa e acelerar a redução de desigualdades. O projeto é coordenado pelo Instituto InterCidadania (IC), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e busca formar uma grande rede de parceiros.
As principais iniciativas do Pelo Clima contemplam uma Carta de Compromissos com o meio ambiente, a ser assinada por candidatos(as) a prefeito(a) e a vereador(a), com recomendações associadas a indicadores, que serão medidos e monitorados de forma transparente por diversas instituições.
O objetivo é despertar atenções para problemas urgentes, sensibilizar políticos de todos os partidos e ampliar o compromisso da sociedade com a implementação de soluções práticas, com visão sistêmica e espírito colaborativo.
Os indicadores consideram os desafios mais emergenciais, interligando dimensões sociais, econômicas e ambientais e foram baseados em diagnósticos e estudos já disponíveis.
Serão destacadas metas mensuráveis para Habitação (solucionar palafitas e moradias em locais de alto risco); Mobilidade (valorizar bicicletas, reduzir combustíveis fósseis e criar soluções de transportes públicos compartilhados e conectados); Educação (conhecimento climático na rede pública e formação profissional para cadeias produtivas sustentáveis); Incentivos a Negócios Verdes (impulsionar empreendimentos e empregos na economia circular); Arborização (regenerar ecossistemas e ampliar áreas verdes); EcoPlanejamento Urbano (ampliar a resiliência ambiental e reduzir riscos para a população); Energia (ampliar geração e uso de energia renovável); Resíduos (reduzir geração de lixo, aumentar processos de reciclagem e fomentar oportunidades de emprego e renda).
“Cada indicador será acompanhado por um conjunto de entidades especializadas, que também ajudarão a formular inovações para catalisar resultados. Ou seja, se no âmbito da política não bastam promessas – é preciso fazer acontecer; no âmbito da sociedade organizada, também não basta cobrar – é fundamental ajudar a inventar e a implantar soluções práticas e rápidas. Este é o pacto que o Política Pelo Clima busca promover”, explica Sérgio Xavier, coordenador geral do projeto e ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco.
Todas as informações e compromissos do projeto, podem ser acessadas no site www.politicapeloclima.org.br. A plataforma conta com a coordenação geral de Sérgio Xavier, ex-secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, coordenação de relações institucionais de Patricia Ferraz, presidente do Instituto InterCidadania; a coordenação técnica de Walber Santana, professor da UFRPE e ex-diretor da CPRH – Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco e a coordenação de comunicação da jornalista Luciana Nunes, criadora do SinsPire – Hub de Cultura, inovação e sustentabilidade do Recife.
Esta experiência em Recife visa criar um modelo inovador de formulação de soluções e monitoramento de resultados, que poderá ser replicado em outras cidades. A capital foi escolhida por ter grandes desafios sociais e ambientais, por ter um alto nível de debate político, mas, também por já possuir um conjunto de políticas e instrumentos de gestão de riscos climáticos que devem ser consolidados e aprimorados, como patrimônio da cidade e não apenas de governos.
Serviço:
Lançamento digital de Plataforma Política Pelo Clima
Hoje (21), a partir das 17h
Ferramenta de Transmissão: Canal Youtube Sinspire Hub (https://www.youtube.com/watch?v=H7MVSyFlfXY) e através da ferramenta Zoom