Os pequenos, médios e grandes negócios foram atingidos gravemente pela pandemia do novo coronavírus, que afeta de forma mais intensa a população. Com a menor circulação de pessoas e a queda na renda dos brasileiros, a demanda está em baixa. Isso afeta todas as empresas, mas tende a ser mais grave para micro e pequenas, que geralmente têm espaço menor do que as grandes para absorver impactos financeiros.

Importante salientar que a dificuldade de acessar o crédito não está ligada a uma baixa procura por parte dos pequenos negócios. Muitos empresários estão indo aos bancos para solicitar empréstimos, que acabam rejeitados. De acordo com Aurimar Borges, CEO da AJS Capital e especialista em finanças, a rejeição em muitos casos se dá pela desorganização das empresas.

.

.
“Uma empresa que tem uma boa contabilidade e um financeiro saudável consegue empréstimos e financiamento com tranquilidade. Para isso, é preciso ter o balanço regularizado e um bom planejamento financeiro. Infelizmente, tem muita organização que costuma atrasar as declarações ou deixar o plano fiscal para segundo plano. Isso pegou o empresário de surpresa na hora de obter linhas de crédito ou empréstimo, já que boa parte dos bancos usou critérios diferentes para liberar dinheiro. A reputação da empresa na hora de lidar com problemas e a capacidade para honrar compromissos contam pontos na hora de conseguir crédito”, explica Aurimar.

Do início da pandemia, em março, até agora, mais de 180 linhas de crédito foram mapeadas para ajudar empresas que precisam de ajuda financeira. De acordo com o Sebrae, entre as empresas que solicitaram empréstimos – seja junto a bancos privados ou públicos –, apenas 14,2% conseguiu acesso ao dinheiro. Quase 60% tiveram o pedido negado, enquanto pouco mais de um quarto esperava uma resposta.