Pós-democracia entra em cena – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Pós-democracia entra em cena

Não é apenas o protagonismo das potências mundiais que está mudando. A própria democracia – tal como o mundo ocidental conhece – está em transição. Essa é a avaliação do futurista Jacques Barcia, palestrante da Agenda 2019. O fortalecimento global do neoconservadorismo, o surgimento da pós-verdade, o avanço de tecnologias emergentes e as mudanças nos polos de poder do Ocidente para o Oriente farão mudar radicalmente a organização política e social do mundo segundo o especialista.
“Não é uma nova democracia, mas podemos falar de uma pós-democracia, algo que vem depois desse arranjo atual. Há vários indicativos de que o desgaste no modelo de governança atual bem como do capitalismo sejam irreversíveis. Daí, não há uma maneira de reformá-lo, mas criar um novo sistema”, prospecta Barcia.

Não há uma resposta consolidada sobre o caminho que será tomado, mas há indicativos. O fortalecimento do papel das cidades no cenário global seria um deles. Outra possibilidade apontada pelo especialista é a própria tecnologia criar as estruturas de um novo sistema de poder.

“Há uma tentativa muito clara de certas plataformas suplantarem sistemas de governança, como uma grande empresa, uma grande rede social ou o surgimento de modelos de governanças hiperlocais. Pessoas se organizando de forma autônoma, ligadas a novos valores sociais. Há também toda uma reinterpretação do neoliberalismo, fazendo com que as pessoas se interessem muito mais em organizações empresariais e menos nas formas de se organizar em sociedade como conhecemos. Por outro lado, há outros tipos de empreendimentos que organizam a vida social sem buscar o lucro. Todas essas forças estão em atuação”, diz Barcia.

O futurista estima que o horizonte dessas grandes mudanças são para daqui a 15 ou 20 anos. No entanto, a velocidade do nosso tempo pode consolidar essas novas estruturas de poder em um tempo muito mais curto.

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