Safra 2025 registra alta na produtividade e impulsiona otimismo no Nordeste, com impacto positivo na cadeia de alimentos e no controle dos preços ao consumidor
O Brasil caminha para colher a segunda maior safra de milho da sua história, com uma produção estimada em 122,76 milhões de toneladas — crescimento de 6,10% em relação à safra anterior, segundo relatório divulgado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), do Banco do Nordeste. O aumento na oferta do grão, essencial para a produção de ração animal, pode contribuir para a desaceleração da inflação alimentar no país.
“A produtividade do milho deve alcançar 5.806 kg/ha, um aumento de 5,64%. Esse avanço é resultado de melhorias nas técnicas de cultivo e na gestão agrícola, além de condições climáticas favoráveis em algumas regiões", afirma Jackson Coelho, autor do estudo. "Com uma maior oferta interna, esperamos que os preços do milho se estabilizem, o que pode ajudar a conter a inflação dos alimentos.”
Segundo o economista-chefe do ETENE, Rogério Sobreira, a maior produção deve beneficiar toda a cadeia produtiva, especialmente a de proteínas animais. “Com preços internos mais estáveis, as margens da produção de carne devem melhorar, resultando em preços mais baixos para carnes e derivados. Isso é crucial para a redução da inflação alimentar, que é um componente significativo do índice geral de preços ao consumidor.”
No Nordeste, o cenário também é promissor. A produção regional deve alcançar 9,69 milhões de toneladas, puxada por estados como o Piauí. Houve aumento de 2,35% na área plantada e de 1,72% na produtividade. O Valor Bruto da Produção (VBP) do milho na região deve subir para R$ 9,9 bilhões — alta de 14%, mesmo com a tendência de redução nas exportações devido ao consumo interno mais aquecido.