O conjunto de medidas divulgado pela Prefeitura do Recife para aumentar a capacidade de investimento da capital em até R$ 1,5 bilhão, nos próximos três anos, entrou na pauta do movimento “Atitude Pernambuco”, formado por 24 dos principais líderes empresariais do Estado. Os detalhes do programa que visa adequar a Lei Orgânica Municipal para enxugar custos da máquina pública, permitindo a tomada de empréstimos com órgãos de fomento internacionais - e o maior aporte em obras de infraestrutura - foram apresentados pelo prefeito João Campos, em videoconferência, à diretoria da entidade.
Criado em 2018, o Atitude PE é um grupo multissetorial que contribui com a gestão pública na tomada de decisões para melhorar a competitividade da economia e otimizar o ambiente de negócios.
Aos empresários, Campos destacou que, implementado, o programa possibilitará mudar a Capag (Capacidade de Pagamento) do Recife de C para B, permitindo que 8% da Receita Corrente Líquida (RCL) da cidade sejam comprometidos com empréstimos internacionais, concedidos por entidades como o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
De acordo com o prefeito, além de acelerar a capacidade de investimento em obras de infraestrutura, o conjunto de medidas permitirá a realização de aportes extras nas áreas de saúde e educação. “Esse ano é o ano da austeridade, de preparar e fazer projetos”, reforçou o gestor municipal.
Ao presidente do conselho do Atitude, Paulo Sales (presidente do Conselho de Administração da Rede Moura), e sua diretoria executiva, representada por Guilherme Cavalcanti, ex-presidente da ARIES (Agência Recife para Inovação e Estratégia) e da AD Diper (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco), o prefeito destacou, ainda, o plano de avançar com a carteira de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões.
“O programa surpreendeu não apenas pela dimensão, mas pelo potencial de transformação do município. Aumentando a sua capacidade de financiamento de forma responsável, a prefeitura vai contagiar não apenas os empreendedores, como também o povo recifense”, destaca Paulo Sales.
Na prática, conseguir enxugar os custos da máquina municipal, como propõem os projetos de lei enviados à Casa de José Mariano, fará com que a cidade do Recife rode até R$ 500 milhões anuais em financiamentos contratados diretamente pela Prefeitura do Recife.
“Essa é uma agenda pública propositiva e moderna, que vai permitir que a cidade conquiste uma capacidade de investimento adequada à sua realidade. Estamos em sintonia e consideramos pertinentes os ajustes para melhorar a nota de crédito do Recife”, avalia Guilherme Cavalcanti.
Atualmente, o município gasta cerca de R$ 250 milhões anuais apenas com a Previdência - mais que o dobro da média histórica de investimento da capital com recursos próprios, que tem sido de aproximadamente R$ 100 milhões/ano, segundo informações da equipe do prefeito João Campos.