O mercado de arte vive um momento de renovação e readaptação aos novos tempos. Com o propósito de manter em evidência a obra e a história dos artistas pernambucanos, o marchand Sérgio Oliveira, fundador da Arte Maior Galeria, criou o projeto “Arte Imortal de Pernambuco e seus artistas plásticos”. A iniciativa terá sua primeira exposição no dia 8 de março, a partir das 15 horas, por meio híbrido, sendo possível aos amantes das artes ver as obras na galeria ou pelo site www.artemaior.com.br. Até mesmo as aquisições podem ser feitas de modo online.
Nessa primeira exposição do projeto os artistas imortais escolhidos foram Bajado, Wellington Virgulino e Lula Cardoso Ayres. “Definimos o conceito de arte imortal neste projeto como aquele tipo de arte criada por artistas plásticos geniais que superam a sua própria existência. O artista não produz mais, mas sua arte fica”, explicou Sérgio Oliveira, marchand.
Para o idealizador, esses primeiros artistas a darem o pontapé do projeto influenciaram gerações durante o seu período de criação e irão permanecer assim durante muito tempo. “Escolhemos artistas pernambucanos porque certamente contribuíram de forma relevante para a cultura pernambucana e nacional”, acrescentou o marchand.
Inovação e tecnologia
Assim como em diversos segmentos, a arte acompanhou a evolução dos tempos e se modernizou e trouxe mais tecnologias no processo de formatos e técnicas. Para o projeto “Arte Imortal de Pernambuco e seus artistas plásticos”, todas as obras a serem apresentadas foram adaptadas a pequenos formatos a partir da técnica de Giclée, considerada o que há de mais sofisticado em termos de impressão para artes gráficas.
Todas as telas são numeradas e autenticadas com selo da Arte Maior, nas dimensões aproximadas de 20x30cm e código de autorização por parte dos herdeiros e familiares. “Todos os quadros foram devidamente autorizados pelos herdeiros desses artistas maravilhosos. São quadros que vão durar a vida inteira, por meio de uma técnica que utiliza tecnologia de ponta. Esse projeto será, sem dúvida, um embrião de um grande projeto”, afirma Oliveira.
Artistas participantes
Euclides Francisco Amâncio, conhecido popularmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912 em Maraial, Zona da Mata de Pernambuco. Sua arte é reconhecidamente um dos maiores exemplares de artistas que traduziram a arte popular brasileira, com suas cores e ingenuidade, por meio da cultura, personagens populares, festas como o Carnaval. Bajado se despediu deste mundo em novembro de 1996 e deixou uma herança incalculável para a arte pernambucana: a imortalidade de suas obras.
Lula Cardoso Ayres nasceu no Recife em setembro de 1910 a já aos 12 anos de idade encontrou seu espaço no mundo da arte. Tinha uma personalidade multiartística e percorreu diferentes técnicas como pintura, cenografia, ilustração, gravuras e até fotografia, sempre permeando do figurativo ao abstracionismo. Lula faleceu em 1987, mas após sua partida a família fundou o Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres, onde se concentra um acervo com mais de 300 obras.
Wellington Virgulino nasceu no Recife, em 1929 e, desde sua infância, se reconheceu como artista. Autodidata, desenhista e escultor, Virgulino discorreu por alguns vieses artísticos, mas sua ascensão se deu mesmo na pintura. Foi um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR, 1950). Sua arte é reconhecida por meio de obras líricas, de traços e cores intensas.