Além do câncer de próstata e da hiperplasia prostática benigna, outra doença muito comum que pode atingir a glândula reprodutora masculina é a prostatite. Caracterizada pela inflamação e infecção do órgão, ela é o problema urológico que mais acomete os homens com menos de 50 anos e o terceiro mais comum nos pacientes acima dos 50. Entre as possíveis causas estão as bactérias presentes na uretra, na bexiga e na urina.
Segundo o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana Recife, existem dois tipos de prostatite: aguda e crônica (que pode ser bacteriana, não bacteriana ou assintomática). “Considera-se inflamação crônica quando o paciente apresenta uma dor pélvica por mais de três meses. Ela normalmente está associada a infecções urinárias recorrentes”, explica. Os sintomas mais comuns são dores na região supra púbica, perineal, no pênis e nos testículos, desconforto durante relação sexual, aumento da frequência urinária, ardência ou diminuição do jato da urina e febre.
A prostatite ocorre quando bactérias entram pelo canal urinário e penetram no tecido prostático. A principal causa é infecção urinária recorrente, mas ela também pode ser provocada após manipulação prostática, como uma sondagem vesical, cirurgias ou até mesmo sexo anal. “Pacientes que têm disfunção miccional e não conseguem esvaziar bem a bexiga, como diabéticos, doentes neurológicos, que sofreram trauma raquimedular e que não conseguem esvaziar bem a bexiga também podem desenvolver a inflamação”, afirma Maia.
De acordo com o urologista, a doença também pode ter origem após uma biópsia da próstata. Para realizar o procedimento, utilizado para diagnosticar o câncer de próstata, o médico insere uma agulha e retira vários fragmentos para análise. Algumas vezes, a ação leva bactérias para dentro da próstata. “Esses casos devem ser tratados imediatamente, pois são mais graves, já que as bactérias foram levadas diretamente da pele, ou da região perineal, para dentro do tecido prostático. Muitas vezes elas são bactérias mais resistentes a antibióticos orais e o paciente precisa ficar internado para tomar medicação intravenosa”, alerta Guilherme Maia.
O diagnóstico é clínico, feito numa consulta através da apalpação da área e toque retal. Alguns exames também podem ajudar na identificação da doença, como uma cultura antes e depois de massagem prostática, estudo urodinâmico e ultrassom para avaliar tamanho da próstata. “O tratamento deve ser acompanhado por uma hidratação rigorosa e uso de antibiótico específico para bactérias urológicas no período de 3 a 4 semanas, podendo ser prolongado por até dois meses”, finaliza.