Os CEOs do setor de Energia, Serviços de Utilidade Pública e Recursos Naturais (EU&R) no Brasil estão mais confiantes nas perspectivas de crescimento nacional do que na expansão da economia global. De acordo com a 27ª edição da Global CEO Survey da PwC, 61% desses líderes preveem um crescimento da economia interna nos próximos 12 meses. Esse índice supera a média global de otimismo dos CEOs, que é de 44%, e também fica acima da média registrada entre os líderes brasileiros, que é de 55%. Esses resultados sugerem que o setor EU&R no Brasil antecipa um crescimento interno acima da média global.
Tendências e desafios
A rápida ascensão da disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras megatendências globais têm representado uma ameaça significativa aos negócios tradicionais, forçando os CEOs a ajustarem suas estratégias diante de um cenário cada vez mais imprevisível. Essa dinâmica tem gerado apreensão entre os líderes empresariais sobre a sustentabilidade de seus empreendimentos: 41% dos CEOs brasileiros (45% globalmente) expressam dúvidas quanto à viabilidade contínua de suas empresas nos próximos dez anos. Embora os CEOs no setor de Energia, Serviços de Utilidade Pública e Recursos Naturais (EU&R) também manifestem preocupações sobre a sustentabilidade de seus negócios na próxima década, o índice é menor, atingindo 29%, em comparação com a média brasileira.
Inteligência Artificial
O impacto da disrupção provocada pela inteligência artificial (IA) é outra megatendência mapeada na pesquisa. O uso destas novíssimas tecnologias ainda está distante da maioria das empresas. Entre os CEOs de EU&R em território nacional, apenas 35% afirmaram que suas empresas mudaram a estratégia de tecnologia por causa da IA generativa nos últimos 12 meses. No Brasil, a média de todas as indústrias foi de 34% e, no mundo, de 31%. Apesar disso, 81% dos respondentes do setor declararam que a IA generativa vai mudar significativamente a maneira como as empresas criam, entregam e capturam valor.
Adriano Correia, sócio da PwC Brasil
“Estamos em um momento único de transformação no setor, que demandará cada vez mais tecnologia em tudo que as empresas fazem, e os dados da nossa pesquisa indicam isso, ainda que o estágio de implantação da inteligência artificial não seja uma realidade para a maioria dos nossos entrevistados. Percebemos o poder de influência dessa inovação quando observamos que 71% dos líderes do setor declararam que a adoção desta tecnologia vai melhorar a qualidade dos produtos ou serviços das empresas”.