Quais os benefícios da pimenta para a saúde? - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Quais os benefícios da pimenta para a saúde?

Rafael Dantas

A pimenta faz bem para a saúde? Quais as propriedades desse alimento tão presente na mesa do brasileiro e do nordestino são benéficas para o nosso organismo? Para falar sobre isso e para abordar o cuidado com os excessos, conversamos com a nutricionista Nathália Fernandes, que é professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE). Ela destaca que, em pequena quantidade, a pimenta possui efeito anti-inflamatório. Mas, em excesso nas refeições, ela pode aumentar a acidez do estômago e haver agressão ao aparelho digestivo. Confira.
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Nathália Fernandes orienta sobre os benefícios e cuidados no consumo da pimenta

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Quais as propriedades nutricionais da pimenta que trazem benefícios para a saúde?

Existem diversos tipos de pimenta que variam quanto ao formato, tamanho, cor e grau de ardência que chamamos de pungência. A mais comum no Brasil e Nordeste é a do gênero Capsicum que inclui a pimenta malagueta, pimenta de cheiro, pimentão, pimenta dedo de moça. A pimenta Capsicum possui uma substância chamada capsaicina responsável pela sensação de ardência produzida provocada pela pimenta. Além da capsaicina a pimenta possui luteína e carotenóides que juntos contribuem para a propriedade anti-inflamatória da pimenta. A capacidade anti-inflamatória é responsável por seu potencial preventivo de doenças crônicas não transmissíveis e papel antioxidante.
Pequenas quantidades de pimenta ou de seu ingrediente ativo o capsicum podem aumentar a proteção da mucosa na medida em que aumentam a produção de muco.

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Entretanto, em grandes quantidades, pode lesionar a mucosa superficial, especialmente quando consumida com álcool. Quanto ao efeito termogênico, a capsaicina está associada ao aumento do metabolismo energético e redução de fome em alguns estudos por prolongar o Efeito Térmico dos Alimentos. Como remédio ela é utilizada como gel tópico para aliviar a dor, sobretudo nas articulações de pacientes com osteoartrite e artrite reumatoide. Alguns trabalhos associam a capsaicina da pimenta ao papel a ação anticancerígena, mas os estudos são insuficientes para determinar esse efeito de forma efetiva.

Quais as melhores formas de preparo de alimentos ou os pratos mais indicados com a pimenta?
A pimenta é essencialmente uma especiaria e devido a sua propriedade sensorial e beleza é indicada para aromatizar os pratos, melhorar aa apresentação do prato e para conferir picância. Pode ser usada em molhos de saladas e de carnes. A pimenta pode ser usada para temperar carnes, saladas e até na forma doces como geleias e chocolates.

Quais devem ser os cuidados para não exagerar?
Não existe uma quantidade recomendada de pimenta por dia, no entanto deve-se considerar a tolerância individual. O fato é que o nosso organismo se adapta a quantidade de pimenta e deve-se somente evitar se houver alguma contraindicação expressa (vide contraindicações abaixo).

No caso de exagero, quais os efeitos negativos na saúde?
Para a nutrição o exagero não seria o consumo de uma grande quantidade de pimenta em um dia. O exagero é o consumo elevado e diário/regular. Se ocasionalmente consumirmos uma grande quantidade de pimenta o nosso corpo se adapta produzindo muita saliva devido a sensação de queimação (ou boca pegando fogo) e automaticamente somos induzidos a beber água, o que de fato é uma proteção do nosso corpo. Para pessoas que consomem grande quantidade de forma diária a recomendação é reduzir o consumo e não associar ao uso do álcool.

Para quem não é recomendado incluir pimenta no cardápio?
Pessoas que apresentam diversas alergias (camarão, amendoim, leite) precisam evitar, pois a pimenta estimula a produção de histamina uma substância que causa sintomas semelhantes ao da alergia podendo causar confusão (alergia ou reação a histamina). Para crianças menores de 2 anos também deve ser evitado. Indivíduos com gastrite, faringite e esofagite na fase ativa da doença deve evitar pois pode causar desconforto. Na mucosite (comum durante o tratamento da quimioterapia) deve evitar, pois causa dor local.

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