Racismo Ambiental E Justiça Climática - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco
Racismo Ambiental e Justiça Climática

As populações que menos contribuíram historicamente e atualmente para as emissões de gases de efeito estufa e a degradação ambiental – as populações pretas, indígenas, quilombolas e periféricas – são as mais vulneráveis e as primeiras a sofrerem os impactos mais severos da crise climática.
Essa disparidade é frequentemente abordada no conceito de Justiça Climática e Racismo Ambiental, que reconhece como as questões ambientais se entrelaçam com as desigualdades sociais, raciais e econômicas.

Aqui estão alguns pontos que confirmam e detalham essa realidade:

Impactos do Aquecimento Global e Desmatamento em Áreas Vulneráveis
Vulnerabilidade Estrutural: Muitas dessas comunidades vivem em moradias precárias e em locais de risco (encostas, margens de rios), onde a infraestrutura de saneamento básico e drenagem é insuficiente ou inexistente.

Eventos Climáticos Extremos: O aumento da frequência e intensidade de chuvas, enchentes, deslizamentos de terra, secas e ondas de calor atinge essas áreas de forma desproporcional.

Enchentes e Deslizamentos: Moradias em áreas ribeirinhas e encostas, muitas vezes construídas sem planejamento adequado, são as primeiras a serem destruídas por eventos climáticos extremos.

Ondas de Calor: A falta de áreas verdes e a concentração de asfalto e concreto nas periferias (o chamado "efeito ilha de calor") intensificam o calor, afetando a saúde, especialmente de idosos e crianças.

Saúde Pública: A falta de saneamento básico, combinada com enchentes e calor, aumenta a incidência de doenças relacionadas à água contaminada, vetores (como mosquitos) e problemas respiratórios.

Segurança Alimentar: Em comunidades tradicionais (como indígenas e quilombolas) e rurais, as mudanças nos padrões de chuva e temperatura afetam diretamente as plantações, a pesca e a coleta, ameaçando a segurança alimentar e os modos de vida.

Deslocamento e Pobreza: A destruição de casas e a perda de meios de subsistência devido a desastres ambientais empurram essas populações ainda mais para a pobreza e, muitas vezes, as forçam a se deslocar, tornando-as "refugiados ambientais".
usado para descrever a forma como as populações marginalizadas, frequentemente compostas por pessoas negras e indígenas, são as mais afetadas pela degradação ambiental e, ao mesmo tempo, são as menos representadas e ouvidas nas decisões sobre políticas ambientais.

*Milton Tenório é ativista ambiental no Movimento Gato Maracajá

**A imagem de abertura é uma ilustração elaborada com IA a partir de uma foto de Milton Tenório

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