O Recife atingiu a marca de 31 dias de diminuição nos novos casos da covid-19. A tendência de queda no registro de novos casos começou no dia 16 de maio, data de início da quarentena rígida na capital e em outras quatro cidades da região metropolitana, o que possibilitou a sustentação desses dados. O prefeito Geraldo Julio fez o anúncio na manhã desta quarta-feira (17), quando também registrou a marca de 1.600 altas nos hospitais de campanha da Prefeitura do Recife.
“Hoje nossa cidade chega a 31 dias de redução na curva de novos casos da covid-19. Isso mostra o acerto nas decisões que foram tomadas logo no início da pandemia, de fazer o isolamento social e de aumentar a rede de saúde. A gente chega também a 1.600 altas dos hospitais de campanha construídos pela Prefeitura do Recife. A pandemia está completando 100 dias em nossa cidade e desse tempo, um terço já é de queda no número de novos casos do coronavírus. Então eu quero agradecer a todos que conquistaram esse resultado, fazendo o isolamento social e também a todos que construíram as unidades de campanha e aos que trabalham fazendo atendimentos aos pacientes e salvando vidas”, afirmou o Prefeito Geraldo Julio.
A tendência de queda se dá desde o dia 16 de maio, quando 991 casos da covid-19 foram registrados no Recife. Nesta terça-feira (16), 182 casos da doença foram confirmados, com curva média em tendência de queda continua há 31 dias consecutivos. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o Recife aliou a tomada de medidas restritivas e de isolamento social desde muito cedo, com a criação de um sistema robusto de saúde especialmente voltado para o novo coronavírus. Em tempo recorde foram construídos sete hospitais de campanha que hoje já têm 971 leitos, dos quais 289 são Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, destacou que a queda também se reflete em outros indicadores do sistema de saúde, mas alertou para a responsabilidade e cautela necessária nesse momento de convivência com a pandemia. “Todas essas informações nos permite pensar que em uma reabertura gradual ela deve ser feita com responsabilidade, com os novos protocolos e os novos hábitos, como o uso das máscaras, lavagem das mãos, atenção aos grupos de risco, com comorbidades e aos mais idosos. É preciso lembrar que as pessoas devem sair, somente se necessário e se possível e quem puder, deve permanecer em casa”, pontuou.
Entre os dados de redução no sistema de saúde, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife chegou a ter 977 profissionais afastados por suspeita de covid-19. Nessa terça (16), esse número foi de apenas 113 trabalhadores. Já o Samu Metropolitano do Recife registrou redução nos chamados por causas respiratórias em quase 70% entre o início do mês de maio e o início deste mês de junho. O número de chamados diários caiu de uma média de 160 para cerca de 50, neste período. No dia 11 de maio, as 22 unidades de referência da Atenção Básica para atendimento de pacientes com suspeita de covid-19 chegaram a fazer 706 atendimentos, enquanto nessa terça (16), foram atendidas 159 pessoas.
Esse trabalho permite que hoje a Prefeitura do Recife, em conjunto com o Governo do Estado, coloque em prática o Plano de Convivência com a Covid-19. A Prefeitura contratou ao Porto Digital um estudo baseado num grande banco de dados que permite a leitura dos indicadores e a possibilidade de avanço ou retrocesso nas etapas de convivência com as atividades econômicas e sociais da cidade.
O D.A.D.O, como foi denominado, é plataforma de dados e algoritmos para facilitar e instrumentar a tomada de decisão sobre qualquer operação de interesse da cidade – e se divide em Indicadores de Risco da Cidade, Risco por Microrregião e Matriz de Prioridade de Abertura de Atividades. O indicador de Risco da Cidade é calculado a partir da análise de índices do sistema de saúde – como a ocupação de UTIs e progressão de casos e óbitos por covid-19, índice de isolamento social e outros. Já o Risco por Microrregião leva em conta como esses dados se comportam nas diferentes áreas da cidade.
O grupo formado por cientistas responsáveis pela plataforma e gestores das áreas afins da Prefeitura do Recife avaliam periodicamente os indicadores e tomam a decisão sobre os estágios do plano de convivência.